terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Testando IAs- Deepseek, ChatGPT, e Meta AI

Vendo todo esse alvoroço com IAs , decidi testar três IAs diferentes no mercado. Comecei pela chinesa Deepseek, a americana ChatGPT, e decidi testar também a IA embarcada no meu zap, a Meta AI. Todas as três, deram, ao meu ver, respostas muito boas ao texto que mandei, uma crônica de minha autoria. Em caso de poesias, a Meta AI até mesmo dava pontuações as minhas produções, quando testei anteriormente. Leiam abaixo o que cada uma delas me falou.

Coloquei em cada IA o seguinte enunciado:

-Julgue o texto abaixo:

LOBOS
Nicolas Rosa

A chamada Praga Licantropa se espalhou pelo mundo. Primeiro começou com alguns lobisomens isolados. Mas quando surgiram a Praga Hematófaga, e a Praga Necrosante, as pessoas tomaram uma decisão: era melhor ser um cachorro doido do que ser um chupador de sangue ou comedor de cérebros. Estar infectado com a Licantropa tornava o corpo automaticamente imune ao Hematovírus e a Necrobactéria, cujas doenças em pouco tempo esgotavam o estoque de sangue e cérebros disponível.

 O médico que propôs isso, Dr. Lupicínio, ganhou um Nobel de Medicina: era ele próprio um lobisomem transformado a não muito tempo. Ele criou ainda um soro que, em troca de tornar a transformação permanente, retirava o efeito colateral de ter que correr sete igrejas até se destransformar. A partir de agora, quem tinha virado lobo ficava lobo de forma permanente, sem nenhum malefício além da vontade de correr atrás de motos e uivar pra lua cheia quando ela aparecia.

Tinha gente que tinha reclamado das mudanças. Para começar, a indústria de roupas. Ninguém mais comprava roupas, porque todo mundo agora estava coberto de pelos. Também reclamaram de os postes terem virado banheiros: a indústria de construção de banheiros foi a segunda a falir depois da roupas, enquanto a de postes cresceu 1200%. Depois perceberam que a indústria de roupas foi trocada pela de banho e tosa e a de banheiros pela de postes, então viram que os empregos perdidos voltaram depois de um tempo.

E ainda houve mais benefícios: ninguém mais precisava carregar documentos, pois cada um se identificava pelo cheiro. Também passou a haver menos advogados: o que antes era resolvido com processos passou a ser resolvido numa disputa de latidos que acabava geralmente com uma troca de lambidas amigáveis. Ou seja, mudaram-se as trocas de guarda-roupas pela tosa, os banheiros químicos por mais postes, e a sociedade ainda teve incentivo a formar menos acadêmicos de Direito, o que foi claramente um benefício.

Por causa disso, Dr. Lupicínio, inventor do Soro Licantropante ainda foi premiado com os Nobel da Paz e Economia, além do de Medicina que já tinha ganho. Ele virou assim, a primeira pessoa além de Marie Curie a ganhar mais de um Nobel, além do filme baseado em sua história ter ganho 10 Oscars. No entanto, depois de um tempo, começaram a acontecer coisas estranhas: voltaram a ocorrer casos de corrupção.

A quantidade de processos e pedidos de danos morais e medidas protetivas voltou a subir em algumas cidades. Se fez uma grande investigação. Entrevistados, os culpados pelos casos de corrupção e pelos processos disseram que costumavam se comportar normalmente em casos específicos, mas quando o Sol atingia seu grau máximo no poente, se sentiam humanos de novo e passavam a cometer os atos que só ocorriam antigamente.

Os indivíduos que agiam assim, passaram a ser chamados de ‘’homi-lobos’’, e foram registrados para se tentar reverter o processo que os fazia agir dessa maneira. No entanto, se descobriu o pior: a interação entre o Licantropríon, o Hematovírus e a Necrobactéria tinha gerado um micro-vírus que estava aos poucos infectando todo mundo, e faria a sociedade reverter ao eu estado anterior, onde se usava roupas, banheiros, e tinha quase 20% de advogados na população economicamente ativa. As pessoas clamaram ao Dr. Lupicínio a solução. Ele disse:

–A solução é um nano-composto que eu desenvolvi, que vai potencializar ainda mais o Soro que já espalhei na população. O micro-vírus não vai mais nos afetar, mas a gente vai esquecer até mesmo o que quer dizer a palavra vírus. –

Todo mundo parou pra pensar. Refletiram, pensaram de novo, acharam melhor não, depois viram de novo o que os homi-lobos estavam fazendo. Então deixaram o doutor propagar o composto. Ele poderia ganhar o Nobel de Química e de Física por isso, se alguém ainda lembrasse o que um Nobel era.

Deepseek:

O texto "LOBOS" apresenta uma narrativa criativa e bem-humorada, misturando elementos de ficção científica, sátira social e fantasia. A história gira em torno de uma pandemia global que transforma as pessoas em lobisomens, explorando as consequências sociais, econômicas e culturais dessa transformação. Abaixo, faço uma análise crítica do texto:

Pontos positivos:

Originalidade: A premissa é inovadora e divertida, utilizando a licantropia como metáfora para discutir mudanças sociais e comportamentais. A ideia de que ser um lobisomem é preferível a ser um vampiro ou zumbi é engraçada e inteligente.

Humor e sátira: O texto faz uma crítica leve e bem-humorada a diversos aspectos da sociedade, como a burocracia, a indústria de roupas, a profissão de advogado e até os prêmios Nobel. A substituição de banheiros por postes e a resolução de disputas por latidos são exemplos de humor absurdo que funcionam bem.

Construção de mundo: O autor desenvolve um universo coerente e detalhado, mostrando como a sociedade se adapta (ou não) às mudanças trazidas pela praga. A explicação científica fictícia (Licantropríon, Hematovírus, Necrobactéria) dá credibilidade ao enredo.

Personagem do Dr. Lupicínio: O médico lobisomem é um personagem carismático e bem construído, cujas invenções e prêmios Nobel adicionam camadas à história. Sua solução final, embora absurda, é consistente com o tom do texto.

Crítica social implícita: O texto aborda temas como corrupção, dependência de estruturas sociais e a natureza humana de forma indireta, usando a licantropia como pano de fundo.

Pontos a melhorar:

Ritmo e desenvolvimento: Em alguns momentos, o texto parece acelerado demais, especialmente na parte final, quando o micro-vírus e os "homi-lobos" são introduzidos. Uma exploração mais detalhada desses conceitos poderia enriquecer a narrativa.

Profundidade dos personagens: Exceto pelo Dr. Lupicínio, os outros personagens são pouco desenvolvidos. Incluir perspectivas de pessoas comuns afetadas pela praga poderia adicionar mais emoção e conexão com o leitor.

Final abrupto: O desfecho, embora engraçado, parece um tanto apressado. A decisão de propagar o nano-composto e a possibilidade de esquecer o que é um Nobel poderiam ser mais exploradas para um impacto maior.

Consistência do tom: Em alguns trechos, o humor absurdo pode parecer forçado, especialmente quando o texto tenta abordar temas mais sérios, como a corrupção. Um equilíbrio mais cuidadoso entre o cômico e o reflexivo poderia melhorar a experiência de leitura.

Considerações finais:

"LOBOS" é um texto divertido, criativo e cheio de potencial. Ele consegue equilibrar humor e crítica social de forma eficaz, criando uma narrativa que entretém enquanto provoca reflexões sobre a natureza humana e as estruturas sociais. No entanto, poderia beneficiar-se de um desenvolvimento mais aprofundado de alguns conceitos e personagens, além de um desfecho mais elaborado. No geral, é uma leitura leve e agradável, com uma proposta original que se destaca pela sua inventividade.

Chatgpt:

O texto apresentado é uma narrativa humorística e satírica, que mistura elementos de ficção científica e fantasia com reflexões sociais e econômicas de maneira criativa e irônica. Ele utiliza o contexto das "pragas" licantropa, hematófaga e necrosante para criar um cenário absurdo e engraçado, onde as transformações biológicas levam a mudanças profundas na sociedade, como a substituição de indústrias, alterações de comportamento e novos modelos de resolução de conflitos.

Aspectos que podem ser julgados no texto:

  1. Coerência e criatividade:
    O texto apresenta uma ideia original e utiliza um tom leve e bem-humorado para explorar cenários hipotéticos. Ele mantém uma narrativa consistente, apesar de se basear em absurdos propositalmente exagerados.
  2. Uso da sátira:
    O autor utiliza situações caricatas para criticar ou refletir sobre aspectos da sociedade, como o excesso de burocracia, disputas judiciais, profissões em alta ou em queda e a resistência às mudanças.
  3. Ironia e exagero:
    Elementos como o Dr. Lupicínio ser lobisomem e ganhar múltiplos Prêmios Nobel, a substituição de roupas pela tosa e a resolução de conflitos por meio de latidos exemplificam o uso inteligente de exageros para gerar humor e fazer críticas sutis.
  4. Reflexão sobre progresso e ciclos sociais:
    O texto sugere que, mesmo diante de grandes mudanças, a sociedade tem a tendência de retornar a padrões anteriores. Isso é evidenciado pelo surgimento dos "homi-lobos" e pela possibilidade de a sociedade reverter ao estado anterior ao das pragas.
  5. Conclusão aberta:
    O final do texto é deliberadamente inconclusivo e cômico, com a população aceitando a solução do Dr. Lupicínio e a ideia de que ninguém mais lembraria de conceitos como vírus ou Prêmio Nobel, deixando no ar uma crítica à fugacidade da memória coletiva.

De modo geral, o texto é bem construído, utilizando a sátira para abordar mudanças sociais e questões humanas universais de forma divertida e provocativa.

Meta AI

Que texto incrível! Essa é uma continuação da história que você compartilhou anteriormente, e é uma crítica social e política muito bem feita.

A narrativa é envolvente e bem-humorada, com um toque de ironia e sátira. O autor parece estar brincando com a ideia de como as pessoas reagem a mudanças radicais e como a sociedade se adapta a novas realidades.

Alguns pontos que me chamaram a atenção:

Pontos interessantes

1. A ideia de que as pessoas estão dispostas a sacrificar sua humanidade para evitar problemas é uma crítica interessante à natureza humana.

2. A figura do Dr. Lupicínio é cada vez mais interessante, e sua solução para o problema do micro-vírus é uma crítica à forma como as pessoas buscam soluções fáceis para problemas complexos.

3. A descrição da sociedade que esquece sua própria história e cultura é uma crítica à forma como as pessoas podem se tornar complacentes e esquecer suas raízes.

Você gostaria de:

1. Discutir mais sobre a narrativa e seus temas?

2. Saber mais sobre o autor ou a obra de onde esse trecho foi extraído?

3. Explorar outras ideias de ficção científica ou fantasia?

domingo, 26 de janeiro de 2025

Feed the Man - Poema

O que é ser iconoclasta?

O que é quebrar o sistema?

Muito pode se dizer sobre isso.

Eu mesmo tentei num livro

De crítica literária,

E em verbetes de filosofia.

Não sei se falei bem:

Nunca recebi avaliações 

Daquilo que redigi.

Mas tentei,

E faço de novo aqui.

Comecemos pelo pior lado:

Ser reaça ou yuppie,

É a atalho mais fácil,

Para ser um grande babaca

Do tipo corporativo.

Mas também é possível

Ser um perfeito mané,

Pecando pelo contrário:

Ser um defensor dos golfinhos, 

smurfs e jacarandás,

Para malmente disfarçar

Uma personalidade tóxica

Que se esconde detrás de um personagem

De protetor dos frascos e comprimidos.

Se ser conservador em excesso,

E metido a revolucionário demais,

Nos tornam igualmente intragáveis,

A solução é ser isentão,

E botar a bunda no muro?

Isso é mais um extremismo,

E talvez pior que os outros,

Pois o amigo de todo mundo,

Na verdade, 

Não é de ninguém. 

O que nos cabe é:

Amar, de forma carinhosa e comedida,

Como os lobos e baleias amam.

Ler todos os bons autores, 

Extraindo deles o que há de bom,

Assim como as plantas extraem 

O melhor do céu e da terra;

Ser ambicioso sem ser ganancioso;

Empreender, sem se desgastar;

Ser caridoso sem exigir contrapartidas;

Trabalhar entendendo que ninguém entende de nada,

E não guardar raiva duradoura disso.

Fazendo isso,

Dia após dia,

Você fará a revolução mais importante:

Ser dono dos meios de produção 

Das emoções que regem sua alma.

sábado, 25 de janeiro de 2025

A Hora de Saber Sair

Existem dois tipos de abordagens de investimentos: aquela na qual o investidor especula ao máximo e busca parar de mexer no mercado quando percebe quando ele vai estar em baixa, e outra na qual o investidor mantém constantemente suas posições em negócios que acredita. Nenhuma das duas é melhor ou pior que a outra, e inclusive há investidores que adotam as duas em mercados diferentes, a depender do que queiram fazer em cada momento.

Ironicamente, isso também se aplica ao ramo do entretenimento: saber a hora de parar quando as coisas não estão indo muito bem, ou quando vão deixar de ficar boas. Observe-se o caso de John Lasseter, da Disney: ele ajudou a supervisionar a aquisição da Pixar, um crescimento no público dos parques na Disney, e uma mudança nos roteiros da Disney que os deixou mais focados em temas como empoderamento e diversidade.

No entanto, começarem a crescer alegações de comportamento inapropriado por parte dele. Ele poderia tentar resistir e manter o cargo mesmo apesar das alegações, que ainda não tinham virado acusações formais. Porém, tendo grande respeito pelo que ajudou a construir, ele preferiu renunciar ao cargo e deixar a empresa seguir sem ele, sabendo que haveria pessoas capacitadas para continuar o trabalho.

Caso um pouco diferente ocorreu com George Lucas. Ele criou a franquia Star Wars com grande amor e carinho, buscando passar uma mensagem de fé na bondade humana e de respeito pela democracia. Ele não deixou de cometer erros nesse processo: a segunda trilogia e as mudanças feitas na trilogia original receberam muitas críticas, assim como o resto do material derivado.

Houve um momento que parte das pessoas que criticavam, porém, passaram a perseguir Lucas e o resto da equipe, fazendo exigências pesadas em relação ao conteúdo da franquia. Lucas acabou vendendo a franquia de porteira fechada para a Disney, cujo novo material passou a receber mais críticas ainda, algumas de fato merecidas. No entanto, isso não era mais problema de Lucas: ele teve o desprendimento de passar seu trabalho adiante, quando ele já havia feito tudo que julgava bom fazer.

Os casos desses dois líderes são exemplos do quando saber sair: Lasseter porque cometeu erros graves e não queria ver sua companhia pagar por eles, e Lucas porque estava cansado de administrar uma fanbase mimada e queria poder aproveitar sua velhice. Tomar esse tipo de ação exige uma grande capacidade de saber que não tem mais condições de ganhar, que já se marcou todos os pontos que poderia. Isso muitas vezes acaba sendo mais importante do que saber jogar bem, porque impede que você dobre contra a casa.

Ainda que não cometamos o tipo de má conduta que Lasseter cometeu, podemos errar em outros variados tipos de coisas, e isso ser irrecuperável. Ou podemos, como Lucas, construir um projeto com toda a dedicação, e sermos obrigados a passar mais tempo administrando a parte chata dele do que aproveitando a parte boa. Nesses momentos, a gente tem que reconhecer que, por melhor que sejamos, é necessário passar a bola para quem possa continuar o jogo.

Isso significa sair de certos círculos de amizade antes que atritos estourem, abrir mão de projetos que não estão indo muito bem antes que tenhamos colocado muito trabalho neles, e saber controlar nosso lado ruim para evitar que más condutas acabem virando práticas recorrentes. 

Isso me lembra da história sobre como George Foreman ganhou o contrato do grill. Os engenheiros de uma certa empresa tinham projetado um grill de primeira qualidade, mas que não se diferenciava muito do que existia no mercado. Eles procuraram um esportista para ser garoto-propaganda do produto. Eles fizeram uma lista de nomes, e quase todos foram descartados após se verificarem as acusações que cada um deles tinha.

Então surgiu o nome de Foreman. Ele não era nem de longe o esportista com mais desempenho na lista, mas nem ele nem sua família tinham acusação de nada nem apareceram em nenhuma controvérsia na mídia. Os executivos da empresa procuraram Foreman, então aposentado após uma carreira de anos no boxe. Filmaram com ele um propaganda do grill, nomeado em sua homenagem: o resto é história. Foreman tinha ganho algumas dezenas de milhões de dólares com uma carreira de décadas no boxe: com o grill, sua fortuna saltou em poucos anos para algumas centenas de milhões.

O caso de George Foreman se diferencia do de Lucas não tanto porque ele soube a hora de sair, mas também como entrar. Ele queria viver uma vida virtuosa porque suas crenças o motivavam a isso, e isso acabou potencializando o que ele tinha construído com sua carreira. Sua carreira foi importante para chamar atenção, sua boa imagem o ajudou a não ser descartado. Assim é com nossas carreiras. Seguindo o exemplo de George Foreman e George Lucas, o que interessa é: saber como fazer nossa entrada, e quando e como fazer nossa saída. Quando se faz isso, o sucesso acaba vindo sem fazer força, como consequência de uma série de boas ações.

 

 

 

 

 

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Eu e a Educação


 

Eu tive experiências variadas com a Educação.

Estudei em praticamente todas as modalidades de ensino que existem.

Fiz escola particular, escola pública estadual e federal, faculdade pública, ensino profissionalizante, curso de soldados e cursos EAD, além de ter começado recentemente uma faculdade EAD.

Tive, em casa, formação autodidata em literatura, economia e língua inglesa.

Fiz PIBID e trabalhei cerca de um ano como assistente de apoio escolar num município.

Tudo isso me fez ver que cada sistema escolar tem seus acertos e erros.

Eu tinha colocado antes em algum lugar que o sistema educacional era dividido entre ‘’ilhas de excelência cercados por mares de mediocridade’’ no sentido de que a maioria das escolas públicas e particulares se dedicavam a cobrar apenas o básico e as vezes até menos que isso, e outras escolas e faculdades tinham carga excessiva ao ponto do assédio moral e as disputas políticas serem recorrentes, algo que percebi em alguns lugares que estudei.

Já na educação profissionalizante e nos cursos EAD, eu vi um foco menos em mostrar excelência abstrata e sim em se formar para o mercado de trabalho, apesar desse modelo ter a deficiência de não formar pessoas com capacidade crítica avançada.

Em relação a teóricos, eu li um pouco de Wilhem Reich e Alexander Neill, além de resumos do pensamento de Anisio Teixeira, Paulo Freire e Darcy Ribeiro. Isso me fez perceber que uma educação livre é a melhor maneira de se atingir o melhor na vida.

Por outro lado, os custos e problemas de implementar uma educação integral ou não regular em larga escala me fizeram acreditar que isso não vale a pena como um fim em si mesmo: acredito que a educação regular deva conviver com algumas abordagens libertárias ou com algumas escolas não regulares específicas, dentro do sistema geral.

Eu acredito na formação continuada e na formação do sujeito pleno, embora não saiba sob qual regime educacional tal possa se dar da melhor forma. Me mantenho pesquisando e debatendo, buscando as melhores formas.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Conspirações Explicadas - O Projeto MKULTRA/ HAARP / Reptilianos / Graal


Projeto MKULTRA

Quem já viu filmes de espionagem com certeza já viu situações como a do ''sleeper agent'' ou do ''candidato manchuriano'' - pessoas que vivem vidas aparentemente comuns, mas ao receberem um código de ativação, acordam lembranças de que seriam agentes treinados para fazer coisas do tipo Jason Bourne e Missão Impossível. Na prática, não é possível fazer isso com pessoas sem deixá-las com distúrbios de personalidade que as façam confundir as suas variadas personalidades entre si, conscientemente ou não. 

Porém, por mais absurdo que possa parecer, isso não deixou de ser tentado. A CIA e outras agencias americanas teriam distribuido drogas legais e ilegais para agentes e pacientes psiquiátricos nos anos 60 e 70, para testar se um ''soro da verdade'' seria possível. Houve agentes que teriam achado que eram o Super-Homem e pulado de coberturas sob efeito de drogas, e pacientes psiquiátricos que tiveram uma piora irreversível nos quadros que já tinham.

E não se sabe se foi obtido nenhum dado científico válido de experimentos que além de terem uma validade ética bastante questionável, poderiam ser aproximados de tortura e maus-tratos. Possivelmente o que se descobriu foi, que além da própria tortura, produtos de manipulação psicologica atraves da química tem uma eficácia questionável, levando a sugestionamento, falsas confissões e lembranças errôneas. 

Anos depois, bandidos passaram a manipular pessoas através de golpes estilo ''boa-noite Cinderela'', utilizando produtos que podem ser considerados um refinamento do que foi testado nos anos 60. Recentemente, as empresas de internet descobriram uma forma de manipulação muito mais eficiente: usar estímulos de dopamina e tokens de validação social para nos viciar em adotar certos hábitos. Isso poderia ser considerado um avanço em relação ao MKULTRA, aonde ao invés de se usar a manipulação química, se usa a manipulação de certos impulsos biológicos, de forma indireta. 

HAARP

Tem gente que diz que o Projeto Haarp provocou desde terremotos em certas localidades, desde, alguma maneira, provocar câncer em Hugo Chávez(sem provocar em mais ninguém perto dele?). Apesar do projeto de fato ter financiamento e objetivos militares, se trata de um projeto de coleta de dados científicos que dificilmente teria poder para gerar efeitos tão devastadores, visto que a tecnologia para manipulação energética em larga escala ainda está há anos luz de gerar protótipos capazes de fazer algo importante. 

Reptilianos 

Eu li, anos atrás, um artigo que falava sobre os Homo Sauris, uma raça hipotética que poderia ter evoluído dos velociraptors em 200 milhões de anos, se os dinossauros não tivessem ido de arrasta pra cima. Eles seriam ''hominideos'' por assim dizer, por terem polegar opositor, cerebro desenvolvido, e capacidade para o pensamento abstrato. Isso porém, se trata de uma especulação cheia de ''ses'', visto que variados outros desastres além do suposto meteoro poderiam ter destruído os dinossauros de qualquer jeito.

Quanto a possibilidade deles terem evoluído em locais no estilo ''Mundo Perdido'', em cavernas ou debaixo da Terra, isso é mais implausível ainda. Na verdade, de uma certa forma, os seres humanos são o que existe mais próximo do que os reptilianos seriam- nós somos mamíferos, que são em essência répteis que desenvolveram um camada de pêlos. Aquilo que o Homo Sauris poderia ser é o que nós efetivamente somos, então não faz muito sentido falar de uma espécie hipotética que provavelmente seguiria os mesmos passos que seguimos, ou ficaria eternamente numa estagnação tribal, sem desenvolver civilizações avançadas. 

Graal

Quem leu O Código da Vinci e Preacher já ouviu falar do Graal - em ambos os casos uma irmandade religiosa que ficaria responsável por proteger a linhagem de Jesus Cristo. Isso esbarra em dois fatos: a primeira, é que Jesus provavelmente morreu virgem, e a relação com Maria Madalena não passa de uma tentativa de criar uma versão hot dos fatos bíblicos, e o segundo, ele era Jesus, mas não era o único, e sequer o mais popular dos Cristos que apareceram na história. 

Houve um outro caso famoso, o do Simão Bar-Kochba, por exemplo, que foi de fato ungido como rei de Israel por variados rabinos certificados- e que provavelmente teria mais chances de ser o ''verdadeiro'' Cristo, por assim dizer, enquanto o nosso Cristo só se tornou mainstream séculos depois. 

E depois disso surgiram variados clamantes ao título ou a títulos de descendente ou de profeta, o que faria presumir a existência de variados Graal diferentes para cada profeta que apareceu. A verdade é que não faz muito sentido manter a linhagem terrestre de alguém cujo poder provém de fontes espirituais- pelo que se saiba, força espiritual não é algo que se herda geneticamente. Isso faz o motivo de se manter uma Ordem Graal um tanto quanto duvidoso, para dizer o mínimo.

sábado, 16 de novembro de 2024

Poema- Framing

Framing

Nicolas Rosa


O gato alertou minha noiva

Minha noiva convocou o homem da casa

Por acaso eu

Para exterminar o inimigo do lar

Penetrou nosso espaço aéreo, necessitando de extermínio imediato

Uma barata voadora

Me armei de nosso equipamento pessoal

Algo que numa guerra entre

Humanos 

Hoje graças a Deus é uma 

Arma de extermínio em massa

Convencionada de ser proibida de usar 

Mesmo entre os inimigos que mais se odeiam

Mas como ela é um ser que mesmo aqueles que se chamam de hereges e sub-humanos entre si

Odeiam igualmente

Tenho plena permissão

De usar essa Wunderwaffen 

Da indústria química

De forma similar como os romanos decretavam 

Que quando alguém era

Inimigo do Estado

Que quem o matasse ou fizesse sofrer 

Da maneira que fosse 

Além de não ser acusado

De nada 

Ainda poderia ser premiado 

Pelo grande favor

Que prestou a sociedade. 

Emiti vários jatos certeiros.

O aerossol era potente, cobria uma boa distância.

O invasor vacilou, perdeu potência, caiu no chão de outro quarto.

Se debatia, julguei a operação vitoriosa e disse que iria remover o inimigo neutralizado para descarte.

Meu apoio, segunda autoridade no recinto,
me armou de um chinelo para eu realizar um ataque de gravidade que garantisse a vitória.

Sem muita vontade, deixei o armamento cair sobre o inimigo, garantindo um abate total e completo.

Ele ou ela estava batendo quatro perninhas,
agora debatia duas ainda mais devagar.

Vitória total, vitória esmagadora.

Trouxe a pá de lixo, recolhi seu corpo para o zelador levar amanhã com o resto do lixo.

Tranquei o quarto para os gatos não lamberem as sobras de inseticida que possam ter ficado no chão.

Achei algo engraçado:

O inseticida tinha um cheiro agradável,
algo confuso entre limão, citronela e folhas do campo.

Não sei muito de química.

Poderia ser do solvente, do aerossol, ou de outra coisa.

Muito duvidoso que botassem aromatizantes nestes produtos.

Enquanto estava destruindo o inseto,
provavelmente estava absorvendo uma pequena carga do veneno, 

Que provavelmente me custariam alguns minutos de vida no futuro.

Quem trabalha muito tempo com essas coisas provavelmente deve ser um grande candidato a ter um belo de um câncer.

São fortes neurotóxicos, que destroem os nervos,

Impedindo os órgãos de funcionar 

E depois causando óbito 

Por asfixia, cessação de circulação

Ou falha de órgãos generalizada.

E tanto nós como as baratas temos sistema nervoso.

Li em algum lugar que baratas não sentem dor.

Elas podem perder pedaços,

Ter esmagada a maior parte dos órgãos

Porém aparentemente 

Não sofrem com isso

Tem consciência de que estão com uma parte a menos

Mas continuam a fugir ou a reagir

Até poderem escapar

Fazerem seu agressor fugir

Ou virarem um pedaço de gosma no chão ou parede.

"Ter sangue de barata"

É o verdadeiro segredo do

Que chamamos de heroísmo.

Heróis, como as baratas

Percebem a dor

Sabem que onde foram feridos 

Há veias, nervos e ossos

Que nunca voltarão ao normal

Mas seguem adiante 

Como se aquilo fosse nada.

As piretrinas e piretróides

Que são más com os insetos

E como promete o anúncio

Apenas contra os insetos

Exterminam as baratas.

O herói é herói porque a adrenalina, o ácido lático, 

E a desilusão que matariam as pessoas normais

O fazem sofrer,

Mas não conseguem impedi-lo totalmente

De tentar abrir caminhos, 

Fortalecer sua colônia, 

Ser o molde de milhares de bons soldados e operários

Enfim

Tudo aquilo que nós podemos

E os insetos não devem poder.

É proibido eles quererem montar casas em nossas casas

Roer a comida que conseguimos juntar, 

Depois de pagar os impostos

E merecer nossos salários e dividendos.

O cheiro primaveril ficou um bom tempo no quarto após a barata ter morrido.

Talvez não seja mais irônico uma arma de extermínio ter

aroma agradável

Do que um veneno mais mortal do que a naja indiana

Existir dentro de latas de milho com ervilha

Que esse veneno mostre sua face após a expiração da validade

E nós buscarmos esse veneno para tentar esconder nossa própria expiração

Graças a Deus há homens e mulheres que estão deixando os grisalhos aparecerem

Mostrando mesmo a quem tem como disfarçar o inevitável

Que isso não e estritamente necessário.

O que eles querem dizer é:

Amigo, 

você e rico e famoso, 

as pessoas não terão coragem de te ignorar e maltratar

mesmo que você deixe demonstrar que tem calvície e linhas de expressão igual aos pobres.

Eu admiro essa demonstração de leveza.

No dia seguinte, quando o cheiro de vida passou,

Acendi uma cigarrilha e admirei a Mata Atlântica pela janela.

Aquela sobra de selva estava vibrante,

A energia dos postes elétricos passava em linha reta ao redor dela, 

A energia dos seres vivos fluía dela para os prédios ao redor

Prédios do governo

E prédios e casas onde moravam quem alimentava aqueles prédios com seu trabalho.

Entreguei o lixo ao zelador.

Tinha a barata, sobras da areia do gato que chamou atenção para ela, embalagens, sobras de comida.

Cada andar tinha alguns apartamentos, 

o prédio alguns andares.

Cada um, 

jogava fora um ou mais sacos de lixo.

Duas vezes ao dia.

Aquele invasor, 

Aquele herói,

desceu no saco de nossa casa.

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Estamos falhando como machos?


Por Nicolas Rosa

Eu já tinha visto na internet figuras como os edgelords ou os esquerdomachos cavaleiros brancos, que agiam de forma agressiva para mostrar dominância nos espaços virtuais. 

O edgelord segue a etiqueta básica do comportamento alt-right: é pernóstico, de mau gosto, pratica abuso psicológico gratuito. Marçal é claro, segue toda essa receita, seja com mulheres, professores, ou apresentadores próximos da melhor idade. 

O cavaleiro branco, em nome de defender a justiça social, age como o edgelord ''do bem'', agredindo pessoas sozinho e em grupo para manter o politicamente correto nos locais e ser visto fazendo isso. Temos como exemplos disso o eterno banido Jones Manoel e Felipe Neto, antes de fazer sua bem vinda mudança.

Haver um grande número de homens vendo impostores como esses, ou Sikera, ou Fahur, ou o Calvo do Campari, como modelos de masculinidade, mostra que não estamos sabendo enxergar bons modelos, que sempre existiram, mas não sabemos interpretar do melhor ângulo.

Nos mostraram o Capitão Nascimento como modelo de tudo que pode dar errado, e enxergamos como modelo do que deveríamos ser. Vemos um futuro aonde as mulheres não nos querem e os filhos não nos respeitam, e afundamos ainda mais num comportamento de bode raivoso, que quer chifrar tudo que vê pela frente.

Diante disso, cabe se revoltar ainda mais e afundar numa degradação que só vai piorar, ou botar a mão na cabeça e pensar: eu posso fazer diferente? Sou obrigado a ser um babaca cada vez mais irrecuperável?

Parando para pensar bem, se você olhar para os exemplos de Stallone, Schwarzenneger, Clint Eastwood, eles nunca promoveram o tipo de coisa que Marçal se tornou. São homens que falam olhando nos olhos, com voz firme, palavras compassadas. 

São caras íntegros, que passam segurança. O tipo de cara que você gostaria de ter como pai ou pelo menos como tio. Não são valentões. Não usam de insinuações escrotinhas. Falam o que pensam respeitosamente, ainda que de forma direta e dura. 

É esse tipo de coisa que vocês estão sendo o contrário, achando que estão arrasando. Eu apenas sugiro que parem, e vão ver um pouco de filmes. Vendo os exemplos acima, se não acertarem, vão errar menos. Grande abraço.

Redação CBMBA- Tecnologia

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