domingo, 20 de abril de 2025

Debate - Sobre Cultura e Sociedade

E: Os professores já estão agendando reuniões pra entrar de greve em 2026

F:Quem diria, a classe que mais ama o PT e suas políticas, o Brasil está estranho

E: eu acho que se o PT for as eleições como sei que vai, alguma coisa eles tem em planos, vamos aguardar

P: Nos fazemos greves quando há necessidade, greve não é brincadeira....Amar não é bem a palavra, o PT pelo menos nos deixa fazer greve neh, a Direita proíbe.

N: Quando eu critiquei Gil e Caetano por terem vida fácil enquanto os outros artistas sofrem, quase fui crucificado num grupo.

P: Quando fechou?

F:Me diz, Bolsonaro atrapalhou a vida de vcs?

N: Sim.

F:Quem concorda com benesses para artistas já milionários não é normal

N: Eu não concordo. Faz falta pra mim. Eu tenho de pagar de meu bolso cada livro que participo.

 P:Uma portaria que autoriza corte salário  de professores se fizer greve é o que ? Ajuda?

 F:Quais ações que dependeram diretamente do gov federal interferiu negativamente em vcs?

N: Vacinas, contenção ao COVID, minha casa própria.

 F:Eu acho absurdo artistas milionários recebendo incentivos Vcs fazem ideia do patrimônio dos artistas do alto escalão da Globo ? Chutem

 P:E quando foi? A greve só existe porque o governo não quer respeitar os direitos de uma classe e não aceita negociar.

F:Não tiveram ações do governo em atrapalhar isso não. Falas é uma coisa. Ações ou medidas são outras

P:As universidades federais quase fecharam com ele. E as 700 mil vidas, cuja 400 mil poderiam ser evitadas?

N: Inação, negligência, obstrução, incompetência.

F:Ações ou falas? Mas o ministério da saúde não teve autonomia?

F:Tudo, tudo é levado pra lado político

 N: O problema pra mim é que eu acho menos pior Margareth Menezes que Mario Frias. Margareth favorece Gil e Caetano, mas distribui o dinheiro com mais gente. Mario Frias foi colocado lá pra terminar de destruir o ministério

 F:Mas tu acha legal artistas milionários que inclusive levam dinheiro para os EUA justo?

 N: Eu sou da cultura. Ver Mario Frias, Sérgio Camargo e Damares acabando com a cultura me machucava pessoalmente. Perseguindo os funcionários, fechando projetos, impondo amarras ideológicas

P:Mas pros militares as verbas bombaram, contraditório, não?

 F:Amarras ideológicas? Não foi pq existia uma imposição de um viés e eles quiseram de outro?

F:Sim. Seria bem contraditório.

Aí temos que ver de fato os números para confrontar

N: Prós baba ovos do governo sim.

F:Vc confrontou os números oficiais?

N: Foi registrado em casos de corrupção investigados.

 P:Números oficiais? Aqueles das listas  dos 15 milhões em leite condensando entre outras coisas, realmente não bate.

 F:Chegaram a ter julgamento e condenação?

N: Já existiam casos de corrupção envolvendo o POUPEX, e sob Bolsonaro cresceram vertiginosamente.

 F:Não cheguei a ver esses

 F:Entendi, eu lembro desse caso e do Viagra tbm. Eles explicaram né, mas, tem que ver se teve investigação e julgamento

 F:Pq acusações sempre fazem uns contra os outros

N: A questão pra mim é que Gil e Caetano são concorrentes. Damares e Mario Frias inimigos. Eu não vou abraçar o inimigo pra derrotar o concorrente.

 F:Gente, se não tivesse pandemia eu até entenderia a revolta

F:Não faz sentido apoiar artistas multimilionários.

 P:Depende, apoiar em que ?

 F:Eu digo no sentido de abrirmos a mente e enxergarmos além das notícias. Com incentivos e verbas. Além do mais eles levam recursos para o exterior. E compram casas de milhões nos EUA, não acho coerente. Não sou massa de manobra para apoiar esses absurdos

 N: Do que adianta eu atacar Gil e Caetano enquanto Gustavo Lima e Descer pra BC também me atrapalham? Ainda pega mal pra mim atacar "veteranos da luta pelas Diretas". Coisa que Gustavo Lima e Descer pra BC não fizeram.

 P:Mas no governo Bolsonaro teve pagamento milionários a shows de cantores sertanejos, não era nem captação de verbas, pix direto mesmo.

 F:Os jovens de comunidade precisam desse apoio. Todos estão errados de receber incentivos sem controle

 P:Os cantores sertanejos deviam bilhões de impostos no governo do capitão, isso não é apoio a artistas milionários?

F:Deveria o MP ter acionado esses casos, não temos justiça pra quê? É sim. Estão erradíssimos

P:Os impostos sonegados, ficou por isso mesmo.

 F:Mas colega, Globo tbm teve perdão, pelo STF

 F:Infelizmente colegas, se ficarmos apenas no debate político, continuamos todos sendo massa de manobra

 F:Devemos olhar mais global

 F:Mais por cima do debate enviesado

 P:Vi um projeto da Claudia Raia sendo criticado, captação de 5 milhões, sinceramente não achei errado, o projeto dela era, aulas de teatros pra alunos de cursos públicos. Sempre que vejo, "Fulano captou 5 milhões ", é bom perguntar pra que.

 P:Uai, mas se vamos criticar apoio artistas, vamos criticar todos neh

 F: Tu acha que ela não ficará com um bom montante desse dinheiro? Tu acha que como ela vai se manter no Leblon? Eu sou do Rio, atuo em área ligada ao mercado de alto padrão de imóveis. Tu tem ideia de como são os imóveis no Leblon? Cadê a justiça social? Vamos levar a sério?

P: Cara, com o tanto de novela que essa mulher fez, 5 milhões é dinheiro de balas, casada com um diretor, se atualiza moço.

 F: Eu não concordo em sustentar milionários com dinheiro público. Eles são multimilionários e enviam recursos para os EUA. Sério então que vc pensa assim? Passa tanto pano dessa forma? rsss

 P:Acredite cara, ninguém precisa sustentar Claudia Raia não.

 F:Sério?

 F:Acho que vc não está dentro da realidade do estilo de vida dessa galera não colega

 P:Não estou passando pano, mas prefiro milhões pra aulas pra futuros atores do que 2 horas de "eu vou pegar você e tchan".

 F:Acho que vc não sabe nem o valor do metro quadrado no Leblon rssss Que futuro atores? Eu quero projetos culturais para pessoas que de fato precisam. Ou eles não merecem prioridade? Se vc tivesse que priorizar, dados recursos escassos? Cara, você tem ideia do cachê de uma mulher dessa? Ou vc acha que temos recursos infinitos?? E alunos de teatro de cursos públicos não precisam?

 P:Pra Cláudia Raia é pouco sim.

 F:Cursos públicos sim, são merecedores, mas vc não acha que existe outras centenas de projetos? Pq dela? E vai procurar transparência nessa motivação aí ....Mas enfim.... Se vcs não se incomodam em enriquecer quem já é multimilionários rs

 P:Conheci atores de teatros de uma cidade que vivi, esses atores não sabem se vão comer, nem todos vão pra Globo.

 F:Aí por ser pouco, vc acha legal? E eles não deveriam ser prioridades colega?

 P:Bem, se eu fosse um futuro ator iria gostar de umas aulas com ela, Glória Pires, Fernanda Torres, eles são mestres neh...Mas o projeto que citei era pra cursos pra ele criatura

 F:Claro, mas existem escolas de teatro e bons atores pelo Brasil, estas não conseguiriam ter um público tão grande assim....5 milhões colega. Acho que as pessoas têm dificuldades de fazer conta.....

 P:Sim, cara 5 milhões. 5 horas de show do Gustavo Lima.

 F:Tá bom, se vãs não se incomodam rs, que sou eu? Mas eu me incomodo de o dinheiro do povo ser direcionado pra essa finalidade. Não é democrático. Simples. E eles tiram seu cache desse valor... Mas.. segue o baile....Vc sabe que boa parte desses valores são prefeituras e patrocinadores né? E estão errados tbm...Eu não concordo em pagar 700 mil pra um show na praia não... É o famoso pão e circo

 P:A Cláudia iria cobrar aulas pra várias cursos, dezenas de futuros atores e ganhar o que Gustavo Lima ganha em 5 horas.

 F:Ela ia ganhar menos que ele... No caso de um show desses artistas, são vários profissionais envolvidos, dezenas.... Enfim, não concordo.

 P:Você se incomodou quando soube que uma prefeitura pobre iria pagar um show de 1 milhão pro embaixador?

F:Óbvio! Acho absurdo! Eu sou imparcial

 P:Você já procurou saber quanto sua prefeitura paga em shows de cantores sertanejos nas festas da cidade?

 F:Já sim, nunca passei pano... Zeca Pagodinho aqui no Rio ganha 700 pro show.... Claro que ele paga o staff, mas mesmo assim. Tudo na vida é questão de prioridade. Não tem recursos infinitos... Vai faltar para setores

 P:Ah claro, e Cláudia não tem equipe, não tem figurino, figuração, tudo de graça.

F:Tem também...Como falei, todos estão errados e verba deveriam ir para projetos mais comunitários...Recursos não são infinitos. E me parece que muitos não tem essa percepção lógica. E quem vai pagar a conta depois? O próprio cidadão através de impostos.....Mas parece que muitos não enxergam o óbvio

 P:Não achei o dela errado, o projeto dela tava dentro da lei, nosso cinema precisa se qualificar mais, nossos atores. Nossos atores atuais, até da Globo, estão com encenação pobríssima

 F:Arte de resume a globo? A arte e cultura se resume a isso? Sinto falta de projetos onde principalmente as crianças mais carentes tenham acesso a arte diferente ...Música clássica, pintura, escultura, entende? Até pq, novelas e Globo já não fazem mais parte das novas gerações. Vamos renovar pessoal. Evoluir

 P:Mas se entra MPB os bolsonaristas criticam

 P:O povo prefere pagar um show de Gustavo Lima a um do Caetano.

P:E ainda se dizem conservadores com aquelas músicas nojentas.

F:Pq Gustavo Lima não se envolvia em críticas a Lula. Já os outros se posicionam, e são hipócritas

 F:Faz sentido?

 P:Tá bem melhor

N: Man...É que honestamente...A crítica a elite liberal.... Esbarra na mesma coisa que lhe falei...Querer me botar pra brigar com meu concorrente pra favorecer meu inimigo...Eu não gosto da elite liberal, ou da elite acadêmico-sindical que domina nossa esquerda...Mas eles são mais meus concorrentes do que meus inimigo...Eu não tenho o que ganhar brigando com o cara de boina de Che Guevara para fortalecer o cara com o boné vermelho do Trump.

F:Che Guevara só desgraça né

N: O cara do Che Guevara apoia wokismos que eu acho uma piada, o do Trump coisas que podem realmente me ferrar. Então eu simplesmente não ataco um para favorecer o outro.

F:Pq Trump pode te ferrar?

N: Porque ele é a favor do Brasil pobre e subordinado. Trump, Bukele, Bolsonaro são só retrocesso.

F: Bukele é tragédia?  Mas Cuba não viveu uma ditadura interna com a revolução de Che? Gente, erros vão existir, certo? Tentar promover uma sociedade mais segura é tragédia? Do jeito que está, vcs acham que está bom?

P: Erros?  Me  pareceu coisa de ditador.

N: Man, por pior que a situação fosse, ele transformou o país num campo de concentração.

F:Mas Cuba insistiu em se afastar dos EUA, se o Brasil tivesse feito o mesmo, vc acharia legal morar um país como Cuba?

N: Eu não. Eu pessoalmente acho Cuba uma piada. Mas dá pra fazer nosso caminho aos poucos. Sem radicalismos de esquerda ou direita. Frequentar direitinho as reuniões do G20 e do BRICS. Fazer o dever de casa. Em pouco tempo a gente vira um país respeitável.

sábado, 19 de abril de 2025

Entrevista- Grupo Escritores Coletivos

 

PR: Nicolas é um dos adms do grupo. Vou fazer perguntas que ele irá responder. Nicolas,  o que é plágio?

Nicolas: Plágio é o que chamam de copiar ideias de outros sem dar o devido crédito, se apresentando como se seu inventor fosse.

PR: É muito comum isso acontecer no mundo literário?

N: Eu sinceramente não sei. Não acompanho a cena o suficiente para saber o quanto ocorre.

PR: Muitas vezes o escritor tem uma ideia de que é de uma obra e ele pode parafrasear como também usar as próprias palavras do autor próprio.

Nicolas: Isso é inspiração, algo que pode ser diferente.

PR: Exato, entra em um processo de intertextualidade.

Nicolas: Em textos acadêmicos, é possível consultar os repositórios públicos e privados para saber se não está reinventando a roda.

PR: Muito interessante isso. A falta de consulta pode ser prejudicial para o escritor.

Nicolas: Meu livro em processo de lançamento se inspira ao mesmo tempo na Epopeia de Gilgamesh, Enders Game, Círculo de Fogo e Tropas Estelares, além de Robocop e Capitão América. Eu tirei variados elementos de cada obra, sabendo colocar meu diferencial para que não ficasse simplesmente uma colagem.

PR: Como eu digo para meus alunos: NÃO EXISTE TEXTO PURO. Eu sempre aconselho o uso do parafraseamento para evitar tal situação. Isso se chama parafrasear ou recursos estilísticos também.

Nicolas: Sim.

PR: Você acredita que a leitura foi o caminho para o uso dessas obras?

Nicolas: São obras com as quais eu cresci, especialmente Círculo de Fogo e Tropas Estelares.

PR: O que mais te chamou a atenção nessas obras?

Nicolas: São obras que versam sobre a construção do herói e do inimigo, especificamente.

PR: É interessante abordagem desse assunto, porque não existe um bom herói sem um excelente vilão. O primeiro passo de um grande escritor é a construção do protagonista e do antagonista. São caminhos que levam  para a Índia .Dessas obras que você mencionou, quais você se inspirou para produzir o ambiente da sua futura obra?

Nicolas: As inspirações foram variadas.

PR: Você é mais um cenário futurístico ou um cenário após apocalíptico?

Nicolas: O cenário desta era futurístico, um futuro meio falho, tomado por burocracia e desconfianças ideológicas. Eu usei como inspiração o livro de Oliveira Viana, o Ocaso do Império, que falava do Brasil pouco depois da Guerra do Paraguai até a deposição do Imperador.

PR: É um cenário que vai render assunto e muito escrita.

Nicolas: Já está escrito, estou revisando com meus editores.

PR: Interessante.

PR: Como você faz para descobrir se você não está sendo plagiado?

Nicolas: Eu não ligo muito. Registrei a obra previamente.

PR: Você aconselha algum site de confiança para fazer o registro?

Nicolas: Biblioteca Nacional. Através do Gov.BR. 40 reais cada registro de obras. Para economizar, você pode registrar várias obras menores numa antologia ou compêndio

PR: Interessante essas informações. Eu acredito que vai ajudar muito os escritores que estão começando. Eu tenho uma obra lançada voltada para a área teórica da leitura. Eu estou fazendo meu segundo livro em uma história baseada totalmente no período bíblico. Eu quebrei muito a cabeça para lançar um livro e sofri vários perrengues na elaboração de uma antologia. São lições que a gente carrega e aprende com elas.

Nicolas: Eu gosto de evitar essas burocracias e me concentrar em escrever.

PR: Quando a gente é novo escritor a gente tem que ser tudo ao mesmo tempo.

PR: Nicolas, quanto tempo levou para sua obra ficar pronta? Tirando a burocracia...

Nicolas: 10 anos. 9 anos procrastinando e anunciando que ia começar, e um ano fazendo.

PR: Então é A OBRA.

Nicolas: Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

PR: No meu primeiro livro procrastinei por dois anos. O que é engraçado, é quando a obra começa a ser feita e o seu protagonista começa a fazer parte da sua vida também. Só de nome de protagonista eu já troquei umas três vezes.

Nicolas: Minha obra melhorou muito da ideia inicial até o fim. Antes era uma tentativa ruim de reproduzir 1984 no espaço. Depois que eu ganhei mais experiência virou algo mais fluido. Eu realmente consegui seguir Gilgamesh e Oliveira Viana no que estava fazendo

PR: Qual é o mais difícil, o protagonista, o antagonista ou um ambiente que eles vão ficar?

Nicolas: Minha obra tem tudo encaixado. Eu monto uma premissa filosófica e jogo os personagens para comprovarem parte de minha tese. A tese de meu livro é ‘’ O Brasil e o Estados Unidos podem sobreviver num mundo onde compensa cada vez menos ser bom?’’ Vale a pena ser trabalhista ou democrata num mundo cada vez mais fascistizado e autoritário? Meu livro tenta demonstrar que vale.

P: Você usa uma visão sociológica semelhante a do Anthony Giddens. É uma ideia que eu preciso experimentar.

P: Acredito que não. Um cenário que o povo prega uma utopia, mas parece mais um filme de terror. Jogos mortais...

Nicolas: Kkkkkkkkkkkkkkkkk

P: Só vai vencer quem é o mais forte. Vai exigir muito trabalho e solidificação de ideias e a persistência do protagonista.

P: No meio da crueldade, a paz parece resistir em qualquer cenário global.

Nicolas: Huuuum

P: Sempre tem um querendo propagar a paz.

Nicolas: Sim.

P: O que faz esse pingo no meio de outros pingos querer propagar a paz? Eu falo isso dentro de uma obra literária...Na sua  concepção o que o seu antagonista acredita? Meu protagonista é um cara que tem um coração bom mas acha exagero militâncias despropositadas.

P: Já começou bem, trabalhos bons pegam na ferida do ego do ser humano. O artista ele tem essa missão dentro de uma obra literária.

Nicolas: Os antagonistas principais são um general inescrupuloso que acha que tudo se resolve pela força, e uma comissária política que vive de jogo de aparências.

P: Legal abordar esse assunto entre força, ciência, razão.

Nicolas: Vou parar por aqui, pra fazer meu jantar, grande amigo.

P: Tudo bem. Muito obrigado pela sua participação. Ajudou muito o grupo. Eu acredito que essas ideias ajudarão os futuros leitores os leitores atuais a estarem refletindo e aprimorando ainda mais a sua arte de escrever.

terça-feira, 8 de abril de 2025

Cidadão imperfeito- Nicolas Rosa


Não sinto ódio por Israel, 

Não tenho raiva da IA, 

Não sinto nojo de JK Rowling

Nem torço contra Elon Musk. 

Não idolatro cantores de MPB, 

Nem acadêmicos que cagam regra.

Meu progressismo consiste, 

Em quando muito, 

Votar em mais candidatos 

De centro-esquerda, 

Do que de centro e centro-direita,

Quando vou a cada quatro anos

Nas urnas. 

Me desculpem. 

Estou ocupado demais com planilhas. 

Estou ocupado demais com o Imposto de Renda.

Financiamento. 

Consignados. 

Quando eu era mais jovem, 

Via gente nos fóruns, 

Debatendo por horas seguidas, 

Se Trotsky ou Stálin

seria o melhor líder para a URSS.

Stálin matou milhões. 

Trotsky, quando pôde, 

Matou dezenas de milhares.

Uma picareta na cabeça,

o impediu de ter o próprio GULAG.

E hoje nem tem URSS mais.

Mas continua a ter Imposto de Renda. 

Enquanto eu pago mais um carnê,

Novos jovens vão debater Stálin vs. Trotski.

Debaterão eternamente. 

Odiarão Israel enquanto apoiam Maduro. 

Odiarão Musk usando o Twitter.

Odiarão JK Rowling amando Harry Potter.

Odiarão a IA sendo viciados em redes sociais.

E então, quando tiverem que pagar 

Imposto de Renda, 

IPTU, 

IPVA,

ICMS,

Vão odiar a própria vida.

Mas isso não é problema de ninguém.

Nada é problema de ninguém. 

Quando a gente percebe isso,

É que não odeia mais.

domingo, 23 de março de 2025

Poema- Pluto







Estava juntando informes de rendimento

Para mandar ao Imposto de Renda.

Um monte de números, 

Que não me dizem nada,

Mas que para a Receita, 

Significam que posso ter direito

A receber um pequeno afago

Ou ser punido, 

No final do ano fiscal seguinte.

Minha classe social, 

É aquela sobre a qual,

Incide o maior número de taxas.

Não reclamo. 

Sustentar o Estado,

Ainda é menos pior

Do que receber PIS-PASEP,

Bolsa Família e BPC-LOAS. 

Me mandam que agradeça 

a Deus por isso. 

Mandam quem recebe PIS-PASEP

Agradecer por estar vivo. 

Todo mundo tem que agradecer. 

Pau no cú de quem manda agradecer,

Com todo respeito.

Vá agradecer Satanás lá no Inferno!

São iguais as pessoas que mandam 

A gente ter ''espírito de dono.''

A empresa do patrão,

Que vai ser herdada pelo filho do patrão,

Cujos lucros vão pagar a viagem dele 

Pra Disney ano que vem 

E eu devo cuidar de tudo 

Quando meu filho pede 

pra ir pro Beto Carrero

E meu saldo não dá pra Beach Park,

Turma da Mônica,

Nem pro Playland do shopping da cidade?

Pelo amor de Deus meu amigo. 

Pago meu imposto sim, 

E gosto de poder pagar. 

Mas não me mande agradecer, 

Ou eu lhe mando ir se lascar!

quinta-feira, 20 de março de 2025

Poema- Sirena


 

Sirena 

Nicolas Rosa


Tememos não ser interessantes o suficiente, 

Mas o que é ser interessante?

É ter algo a contar, 

De uma viagem que fez,

De um caso de amor que teve,

De algo que descobriu.

Fazemos poucas viagens,

Temos poucos amores consumados,

Quase tudo já foi descoberto.

Acabamos compartilhando 

Ressacas, 

Futricas,

Ficadas de uma noite,

Desabafos sobre boletos 

Que vieram cobrando em dobro, 

E a frustração que foi

Passar a noite no telemarketing

Pedindo o ressarcimento.

Isso faz parecer a vida das Kardashian interessante.

Faz parecer Trump e Putin interessantes.

Faz parecer o que Leo Dias e Datena mostram, 

Interessante.

Porque qualquer coisa deve ser melhor que isso.

A gente pensa,

Não saímos da caverna, 

Fomos pra Lua, 

Construímos reatores atômicos, 

Para viver como camponeses da Idade do Bronze.

Mas a verdade é que estamos

Fazendo exatamente isso, 

Numa escala um pouco maior.

Morremos de desespero, 

Porque é melhor do que morrer de tédio.

Qual o remédio? 

O de sempre. 

Onanismo. 

Filmes do Adam Sandler. 

Clipes da Galinha Pintadinha tocados mil vezes seguidas.

Partidas de Counter Strike e Battlefield.

Revistas Coquetel Caça-Palavras Bíblico Tamanho Grande.

Terapia.

Vídeos manutenção de motores.

Teologia amadora, podendo inclusive inventar deuses ficticios.

Montar circuitos Arduíno.

Buscar implicações metafísicas na manutenção de motores,

e na montagem de circuitos Arduíno.

E mais um monte de coisas.

Fazendo isso, 

O horror e a languidez não sumirão completamente,

Mas você estará muito ocupado,

Para poder notar a diferença.

terça-feira, 4 de março de 2025

Entrevista- Rui Botelho, editor do Brazilian Space


Rui Botelho é Mestre em Mecatrônica pela Universidade Federal da Bahia e bacharel em Ciência da Computação pela Faculdade Ruy Barbosa (Salvador/BA). Ex-servidor de carreira da Agência Espacial Brasileira (AEB), possui mais de 27 anos de experiência como gestor e agente público em diversos entes Federais e Estaduais e mais de 15 anos como docente e gestor acadêmico do ensino superior, em instituições da Bahia e do Distrito Federal. É professor visitante do Programa das Especializações em Engenharia da Universidade SENAI / CIMATEC (Salvador/BA) e analista de sistemas do quadro próprio da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa). Escritor e jornalista, é autor do livro "Agência Espacial Brasileira: Um diagnóstico de Gestão". Tem publicado constantemente em revistas e congressos do setor espacial, além de ser membro-fundador da Aliança das Startups Espaciais Brasileiras (ASB), Editor do Blog e do canal do YouTube do Brazilian Space e ser co-autor do Podcast Espacial Brasileiro (PEB). Eu fiz essa entrevista com quatro perguntas, que tiveram as respostas que seguem abaixo.

Nicolas:

Professor Rui, eu vou te deixar 4 perguntas, para você ir me respondendo, na ordem seguinte:

1. Fale um pouco de sua trajetória e formação. Como começou seu interesse pela ciência, e mais especificamente, pela área espacial?

2. Quais conselhos você daria para um jovem que deseja ingressar no mercado aeroespacial brasileiro e mundial? O que ele deve estudar, quais habilidades deve desenvolver?

3. Ao seu ver, a ficção científica realmente promove o interesse pela ciência, ou acaba criando um interesse pouco profundo, que não vai longe?

4. Fica aqui um espaço livre para você deixar suas ideias, e quaisquer considerações que deseje fazer.

 

Rui:

Bem, falar um pouco da minha história, Nicolas, é história pra caramba, viu? Tô com 53 anos, né? E fiz bastante coisa na minha vida, gostaria de ter feito um pouco mais. Mas fiz muita coisa e deixei de fazer também muita coisa. Então, é complicada essa pergunta, que pode virar um cento... É que lá vem a história, né? Mas bem, eu sou de Salvador, né? Baiano de Salvador. Meus pais são professores. O que eu me lembro, desde muito novo, foi sempre que gostei muito de ler.

Na casa dos meus pais, eu sempre tive acesso – naquela época não tinha internet, né? Então, minha grande fonte de referência eram os livros. Às vezes, lia livros que eram até um pouco mais avançados para a minha idade, principalmente da coleção dos meus avós. Meu avô também lia muito. Lembro que, na minha primeira infância até a adolescência, eu devorava enciclopédias. Adorava enciclopédias! E acho que isso foi muito importante para mim porque me deu cultura geral e uma visão do mundo. As enciclopédias demoravam um pouquinho para serem atualizadas, mas assim...

Eu sempre tive acesso a boas fontes: bibliotecas e tudo mais no meu colégio. Estudei no Colégio Antônio Vieira, colégio tradicional aqui de Salvador. Aliás, meu pai estudou lá, eu estudei lá, meu filho estudou lá, minha irmã estudou lá. Tive uma boa formação. Sempre fui um bom aluno, de pegar assuntos fácil, mas nunca fui muito preocupado com notas. Tirava boas notas, estava sempre ali bem. Mas, principalmente na adolescência, eu meio que estudava só para passar na prova.

Joguei muito vôlei na adolescência e até sair do colégio. As provas eram normalmente aos sábados, e, às vezes, eu estava fazendo a prova e contava quantas questões tinha respondido, quantos pontos achava que ia tirar... Porque ouvia a bola de vôlei, o pessoal jogando na quadra. Não recomendo isso pra ninguém, mas, de certo modo, eu tinha muita confiança, e normalmente dava certo, né?

Em termos de nota. Em termos de conteúdo, nunca tive dificuldades. Sempre gostei de estudar por estudar, não para tirar nota. Nunca fui de decorar fórmulas; sempre deduzia do lado da prova, pegava as fórmulas básicas, os conceitos, e deduzia. Nunca fui de decoreba, apesar de ter boa memória, mas nunca gastei energia decorando fórmulas.

Terminei o colégio e não passei de primeira no vestibular porque só queria Ciência da Computação – que é minha formação. Essa trajetória de buscar o curso demorou um pouco: terminei o segundo grau (na época era "segundo grau"), não passei no vestibular e fui fazer cursinho. Depois, passei em tudo que quis, menos em Computação. Passei em Engenharia Mecânica, cursei Engenharia Mecânica.

Já casado com a mãe do meu filho, estudei com ela para o vestibular de Contabilidade, passei, cursei dois anos. Mas, quando passava no vestibular, já trabalhava – casei muito novo –, então não passava para Computação. Passava para Engenharia, mas não para Computação. Aqui na Bahia eram cursos com poucas vagas. Finalmente, servi o Exército de 1991 a 2000 como oficial temporário.

Nesse período, não consegui terminar a graduação porque na federal as aulas eram o dia todo. Tentei cursos noturnos, mas no final consegui passar no vestibular da Faculdade Rui Barbosa, aqui de Salvador, que tinha Ciência da Computação à noite. Foi lá que me formei. Dei baixa do Exército em 2000 e, em 2004, terminei a graduação.

Fiz um bom curso, tive ótimos professores. Depois, fui fazer mestrado em Mecatrônica, já que não havia mestrado em Computação na Bahia. Entre na UFBA como aluno especial, pois já trabalhava e era pai – fui pai aos 22/23 anos, em 1994. Casei muito novo, como já disse.

Entrei no mestrado em Mecatrônica em 2004/2005. Já estava envolvido com pesquisa em robótica na faculdade, fui líder do grupo de robótica, participei de congressos nacionais. Cursei disciplinas como aluno especial e só entrei como aluno regular para defender. Isso demorou: por volta de 2010/2011, terminei os créditos e defendi minha dissertação na área de inteligência artificial, agentes autônomos e sistemas multiagentes.

Nesse meio tempo, houve o acidente em Alcântara. Sempre gostei de astronomia – nasci em 1972, não peguei o homem na Lua (o programa Apollo acabou naquele ano), mas acompanhei as estações espaciais Salyut, Skylab, Mir e o ônibus espacial. Lia clássicos de Carl Sagan, Arthur C. Clarke... Mas nunca me imaginei na área espacial. Quando aconteceu o acidente em Alcântara, aquilo me impactou. Logo depois, o DCTA/Força Aérea lançou um concurso para ocupar vagas dos que faleceram. Eu não tinha terminado o mestrado ainda, e a titulação exigia mestrado.

Interessante: também tentei o vestibular da AFA para ser piloto, mas não passei. Talvez, se soubesse da carreira espacional na época, teria seguido. Concluí o mestrado e, de 2000 a 2009, trabalhei em TI em Salvador – banco de dados, desenvolvimento em Delphi. Trabalhei em órgãos do Estado da Bahia, como o Tribunal de Justiça e a Secretaria de Administração. Em 2007, fui convidado para ser professor na faculdade onde me formei, depois lecionei na Católica, Estácio, FIB e hoje sou professor do SENAI CIMATEC.

Em 2010, passei no concurso da EMBASA (empresa de saneamento da Bahia) e segui na carreira de TI. Em 2013/2014, resolvi me preparar para o doutorado. Um ex-professor me deu um problema sobre detritos espaciais. Estudei dinâmica orbital, satélites e preparei meu projeto, submetido em julho de 2014. Paralelamente, surgiu o concurso da AEB. Enquanto entregava o projeto do doutorado, recebi um e-mail sobre o edital da AEB. Resolvi fazer o concurso – passei e fui chamado em 2016.

Antes de assumir na AEB, em 2016, fiz um curso na China sobre GNSS (sistemas de navegação) na Universidade Beihang, em Pequim. Foi incrível – conheci pessoas do mundo todo. Voltei em maio e, em julho, assumi na AEB em Brasília. Suspendi meu contrato na EMBASA e fiquei um ano e pouco por lá. Na AEB descobri por que o Programa Espacial Brasileiro está estagnado: falta visão estratégica e de Estado, má governança e gestão amadora. Mesmo assim, foi uma experiência rica – coordenei parte do projeto do satélite Amazônia, visitei o INPE e o CLBI.

Voltei para a Bahia no final de 2017 e conheci o Duda Falcão, fundador do Brazilian Space, que morava perto de mim. Comecei a colaborar com o blog, assumi a editoria e publiquei artigos técnicos baseados em meu trabalho na AEB. Participei de congressos, como o Primeiro Congresso Aeroespacial Brasileiro em Foz do Iguaçu (2018), onde propus a Carta de Foz, e no segundo em Santa Maria (2019). Hoje sou professor no SENAI CIMATEC e continuo no Brazilian Space. Essa trajetória incidental me levou a algo que nunca imaginei amar tanto: a área espacial. Transformou minha vida. E basicamente é isso aí.


2: Veja bem, tradicionalmente o mercado espacial envolve muita tecnologia, muita ciência, muita pesquisa, inovação, e tradicionalmente existe um acrônimo de áreas do conhecimento, matérias ou áreas do conhecimento ou profissões que, vamos dizer assim, são as mais vocacionadas, as que mais podem contribuir com a atividade finalística na área espacial, que é o quê? Desenvolver soluções, sistemas, produtos e serviços para a área espacial. E essa sigla é conhecida como STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics). Essa sigla STEM é o acrônimo que representa essas grandes áreas.

Mas eu penso que nós estamos vivendo um momento na área espacial de desenvolvimento que a gente chama de uma nova corrida espacial – agora não mais uma corrida com propósitos militares, geopolíticos ou astropolíticos preponderantes, mas também uma corrida econômica. É lógico que a parte geopolítica, militar e astropolítica não vai deixar de existir nunca, mas não é mais o mote de uma ideologia querer se mostrar melhor do que a outra, como foi na primeira corrida espacial. Então, nesse novo cenário, eu não enxergo somente Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática como as principais – ou exclusivamente elas.

O que eu penso é que o espaço, principalmente agora com o envolvimento da iniciativa privada, vai precisar de advogados – tanto para a área do direito espacial quanto para a área do direito internacional de um modo geral –, porque a coisa vai estar tão crescida que hoje você vai ter um foguete indiano sendo lançado, sei lá, um foguete australiano sendo lançado do Reino Unido, um foguete americano sendo lançado da Nova Zelândia.

Então, a coisa vai levar um payload que é japonês, certo? Que vai trabalhar para uma empresa sul-coreana. Está tão mesclado, tão globalizado, universalizado, que diversas áreas vão atuar.

É lógico que Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática vão ser as áreas que, digamos assim, vão dar a base para desenvolver esses sistemas principais, mas outras áreas vão atuar. Você vai precisar de gente na área de Marketing, gente na área de Administração. A área espacial vive um momento hoje, Nicolas, que eu comparo a dois momentos na história da humanidade. O primeiro são as Grandes Navegações.

Nas Grandes Navegações, se fazia comércio em navios com navegação de cabotagem, próxima da costa, dentro do Mediterrâneo, do Mar Vermelho, do Golfo Pérsico, ali no Mar da China, perto da terra... Até que os portugueses se lançaram no Oceano Atlântico e descobriram que a Terra era muito maior, tinha muito mais continentes não submersos, não era tanto oceano quanto se imaginava, e que era redonda.

Esse momento é o que estamos vivendo agora. Quando Portugal se lançou ao mar, não foram só engenheiros navais, astrônomos, cientistas e matemáticos que brilharam: tinha de tudo. Tinha artesãos, pessoas que faziam as velas, comerciantes, bancos que financiavam as expedições e lucravam com isso. Então, houve um esforço da sociedade portuguesa como um todo para se lançar ao mar e fazer de Portugal, durante algum tempo, a maior potência do mundo. É isso que estamos fazendo agora: indo para a Lua, pensando em Marte e além. Essa é a primeira observação que faço.

No segundo ponto: o que eu acho que os jovens de todas as áreas devem estudar – se quiserem entrar na área espacial – é entender o contexto geral do que é a tecnologia, do que são as ciências, conhecer a história da área espacial, conhecer os problemas que existem na área espacial e buscar uma área que seja dentro desse universo gigantesco que é o mercado, as ciências, as tecnologias, a inovação, as ações governamentais, militares, civis, de diversos propósitos.

Problemas como o dos detritos espaciais – que me envolveram e me fizeram aproximar da área espacial, entrar na Agência Espacial Brasileira e abrir portas que ainda continuam se abrindo – são exemplos. Então, identifiquem esses desafios e suas próprias competências: como você pode contribuir nesse segmento? Tem várias maneiras. Se escolher Engenharia, Ciência, Tecnologia ou Ciência da Computação, não podemos deixar de falar que a área espacial é multi, ultra, pluridisciplinar.

Peguemos um foguete, um satélite, uma antena, um radar espacial: ali está o estado da arte de tudo que a humanidade desenvolveu em sua história. Se fizermos uma decomposição de sistemas em uma árvore genealógica, vamos encontrar todos os conhecimentos já reunidos para produzir esses sistemas. Comunicações, câmeras, antenas, radares, transponders, painéis solares... Tudo está ali.

Mesmo na Engenharia, uma engenharia só não dá conta. Um aluno de Engenharia Aeroespacial não será especialista, mas generalista: ele pensará em missões e soluções para o espaço. Para trabalhar em um foguete, é preciso ter engenheiros mecânicos (com conhecimentos em mecânica de materiais, simulação térmica, dinâmica de fluidos), engenheiros químicos (para propelentes, combustíveis), engenheiros civis (para infraestrutura de lançamento), engenheiros elétricos, matemáticos, cientistas da computação...

Até conceitos como antenas definidas por software (que substituem hardware físico por algoritmos) são revolucionários. Minha dica é: entenda o potencial da área espacial, os problemas e veja como suas competências se encaixam. Se quer desenvolver software para sistemas espaciais, pode trabalhar com embarcados em satélites, compactação de imagens, processamento de dados brutos via IA – não apenas entregando dados, mas informação e conhecimento.

Para finalizar, Nicolas: o momento atual da área espacial é comparável à revolução da computação dos anos 70/80. Antes, computadores eram máquinas complexas manuseadas por "gênios"; hoje, qualquer criança usa smartphones intuitivamente. A área espacial está sendo popularizada: empresas usam dados de satélite sem saber que são "espaciais". 

Assim como a internet espacial (com satélites de órbita baixa) e tecnologias como IoT ou gêmeos digitais estão se tornando comuns, o espaço será parte do cotidiano. Há 15 anos, quem imaginaria carros elétricos lançando foguetes? Pois é. A mensagem é: não é preciso ser gênio – o espaço precisará de todos, de artistas a agricultores.

 

3. a ficção científica, se ela desperta um interesse, promove o interesse pela ciência ou acaba criando um interesse pouco profundo, eu acho que isso é relativo. A ciência e a ficção, elas vão andando, desde que a sociedade é sociedade, para e passo. O ser humano, com suas capacidades cognitivas e de abstração – que é a grande diferença nossa para os outros seres, que também são inteligentes (não é só o ser humano que é inteligente; existem comportamentos inteligentes em seres individuais ou em grupos, como os insetos).

Individualmente, cada formiga não é inteligente, mas coletivamente o formigueiro se propõe a um resultado coletivo e tem um comportamento inteligente para alcançá-lo. As abelhas, os bandos de animais... Ainda que cada indivíduo não seja detentor de uma grande capacidade, a grande diferença do ser humano é a capacidade de abstração.

É a capacidade de não só gerar informação e criar conhecimento, mas de, a partir do conhecimento, gerar metaconhecimento, metainformação, síntese, regras, metarregras. Os níveis de abstração que o ser humano consegue alcançar – onde ele não precisa materialmente tocar algo para, no seu raciocínio, produzir resultados e mais informações com alguns dados iniciais – são únicos.

A ficção científica é resultado disso, muito similar ao que hoje chamamos de futurologia. O que antes era chamado de ficção científica (quando a ciência ainda não havia evoluído tanto nos últimos dois séculos) hoje se transformou. A ciência evoluiu não só em resultados tecnológicos, mas na própria metodologia de como a ciência faz ciência. A metodologia científica, o método experimental, teórico – tudo isso avançou, mesmo que os gregos já tivessem definido as bases.

Os futurologistas do passado, que vislumbraram o potencial de tecnologias ainda impossíveis em sua época, anteciparam mudanças que poderiam trazer tanto o bem quanto o mal. Vemos isso nas dialéticas da robótica (como o medo do "robô destruidor"), que já eram discutidas muito antes da robótica existir de fato.

 

A ciência propõe hipóteses para o futuro; a ficção científica imagina como essas hipóteses se materializariam. Jules Verne, por exemplo, descreveu tecnologias que só se tornaram realidade séculos depois. Arthur C. Clarke, com base científica sólida, projetou visões da ciência aeroespacial que ainda hoje nos impressionam.

A ficção científica, portanto, promove uma visão de futuro que instiga as pessoas a imaginarem possibilidades. O problema é que, hoje, muitos substituem a leitura de livros por adaptações em filmes ou séries – o que acaba simplificando e glamourizando a ciência, reduzindo-a a pura fantasia.

Por exemplo: a série O Problema dos Três Corpos, mesmo sendo complexa, ainda é superficial comparada ao livro. A profundidade dos conceitos científicos (como a física contraintuitiva) exige engajamento. Autores como Carl Sagan popularizaram a ciência sem perder rigor – ele transformou conhecimento doutoral em obras acessíveis, sem precisar de teses herméticas.

Por outro lado, há autores como Erich von Däniken (de Eram os Deuses Astronautas?), que misturam especulação, teologia e pseudociência. Ainda assim, até esses trabalhos podem ser úteis se lidos com discernimento: separando o que é ciência, o que é fé, e o que é pura imaginação.

Concluindo: a ficção científica baseada em pesquisa sólida estimula o interesse genuíno pela ciência. Já as obras rasas (como filmes que priorizam efeitos visuais) apenas arranham a superfície. Na ciência real, como dizem, é "10% inspiração, 90% transpiração" – muito estudo, cálculo e leitura para transformar ficção em realidade.

 

4. Bem, quanto a deixar as ideias, eu acho que espalhei um pouco dos meus pensamentos sobre o setor espacial, as atividades espaciais e o programa espacial nas outras partes do áudio. Mas o que eu penso é que, olhando para o Brazilian Space como um canal que fala sobre o programa espacial brasileiro, eu particularmente falo muito sobre isso.

Nossa juventude, é lógico, se encanta com o que está acontecendo na área espacial no resto do mundo, especialmente nos Estados Unidos, com a SpaceX. Fica ali, e é difícil imaginar que, hoje em dia, as pessoas teriam como atividade assistir ao lançamento de um foguete. Isso faz parte da popularização, que eu acho interessante. Mas, ainda que a gente tenha que observar o que está acontecendo no mundo, não podemos deixar de olhar para o Brasil.

Você perguntou como trabalhar na área espacial e o que fazer. Eu penso que o jovem tem que se preparar para trabalhar no mundo todo. Talvez o Brasil ainda não esteja preparado. Nosso país, de um modo geral, nossas instituições governamentais e nossa sociedade ainda são muito imaturos e não valorizam devidamente a área espacial. O Duda Falcão, meu parceiro do Brazilian Space, chama o setor espacial brasileiro de "o patinho feio das ciências brasileiras". Se compararmos com outras áreas do conhecimento, o Brasil se destaca na astronomia. O país está sempre publicando artigos fantásticos em parceria com instituições internacionais. Mas, no programa espacial brasileiro, no desenvolvimento e no domínio das tecnologias espaciais, estamos muito atrasados. O que o Duda diz é que o programa espacial brasileiro é, de fato, o patinho feio da ciência no Brasil.

Então, nesse sentido, quero deixar essa mensagem: por mais que o jovem esteja frustrado ou não veja inspiração no Brasil, não podemos apenas nos encantar com o que acontece lá fora, com as tecnologias e sistemas estrangeiros, sem nos envolvermos para que isso também aconteça aqui. Essa é a grande proposta do Brazilian Space.

O Duda, por vezes, tem uma postura um pouco ácida e dura nas cobranças, especialmente em relação aos entes governamentais. E tem que ser assim mesmo, porque são servidores públicos pagos por nós. Eu já estive desse outro lado, fui da AEB, e sempre gostei de ser cobrado, porque sabia que estava fazendo minha parte. Mas a sociedade precisa se mobilizar mais, acompanhar e defender as ações corretas para o programa espacial brasileiro.

Como o Duda sempre diz, o problema do programa espacial brasileiro não é falta de cientistas ou pesquisadores. Nós temos, se não os melhores, entre os melhores profissionais, que fazem muito com poucos recursos. O principal problema é a péssima gestão e governança ineficiente. A sociedade precisa cobrar o desenvolvimento de um programa espacial sério no Brasil, assim como cobra carnaval, festas e outras pautas. O programa espacial não é apenas sobre foguetes voando. Ele tem potencial para gerar empregos e fortalecer a economia. Até 2035, as atividades espaciais no mundo movimentarão trilhões, e o Brasil poderia estar se beneficiando disso, desenvolvendo uma indústria espacial para soluções nacionais e internacionais.

Atualmente, 80% do mercado espacial global está concentrado nos Estados Unidos e na Europa. A China, apesar de ser um grande player, sofre embargos dos EUA, que detêm mais de 70% das patentes espaciais mundiais. Os chineses não assinaram o acordo de salvaguardas com os EUA porque não respeitam patentes, o que gera desconfiança na área tecnológica. Com isso, a China criou uma indústria espacial própria. Os EUA não permitem que quem usa suas tecnologias trabalhe com a China.

Nesse contexto, se não houver a China para produzir componentes mais baratos, o Brasil poderia ocupar esse espaço. Mas, em vez disso, estamos deixando essa oportunidade de mão beijada para a Índia, que está se tornando "a China do setor espacial". O Brasil poderia pegar uma fatia desse mercado, pois temos cientistas e engenheiros altamente capacitados. No entanto, nosso problema é a governança ruim e a incompetência de gestores públicos. E é isso que o Brazilian Space denuncia, cobra e exige mudanças. Mas não conseguimos fazer isso sozinhos.

A prova disso é a Lei Geral do Espaço, que foi alterada e transformada em uma legislação militarizante. Não sou contra o setor militar, mas o programa espacial brasileiro tem vertentes civil e militar, e nenhuma pode se sobrepor à outra. O setor civil não pode impedir os militares de realizar atividades de segurança nacional, assim como os militares não devem controlar atividades civis.

Temos uma demanda reprimida por tecnologias espaciais no Brasil. Compramos soluções do exterior em vez de usar tecnologias nacionais porque não tratamos o programa espacial como estratégico. A Agência Espacial Brasileira deveria estar vinculada à Presidência da República, como era em 1994, quando foi criada. Hoje, está subordinada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, diluída em um grande guarda-chuva de projetos.

Minha mensagem final é esta: peço a você, Nicolas, e a todos que vão ler esta matéria, que ajudem. Não precisa ser apenas pelo Brazilian Space. Envolvam-se mais com a área espacial no Brasil, cobrem as autoridades, informem-se e atuem. Se o Brasil se organizar e transformar o programa espacial em um programa de Estado, ainda podemos surfar essa onda. Perdemos a oportunidade na área de informática por falta de planejamento e criação de reservas de mercado ineficientes. Hoje, dependemos de tecnologia estrangeira e não produzimos componentes avançados. Se não agirmos, o mesmo acontecerá com a indústria espacial.

Por fim, aproveito para agradecer a você, Nicolas, pelo contato. Estamos à disposição no Brazilian Space para o que for necessário. E deixo aqui o lema do Brazilian Space, que completou 15 anos em 30 de abril do ano passado: "Brazilian Space, 15 anos: espaço que inspira, informação que conecta".

Valeu, Nicolas! Muito obrigado. Se precisar de algo mais, é só falar.

 





 

terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Testando IAs- Deepseek, ChatGPT, e Meta AI

Vendo todo esse alvoroço com IAs , decidi testar três IAs diferentes no mercado. Comecei pela chinesa Deepseek, a americana ChatGPT, e decidi testar também a IA embarcada no meu zap, a Meta AI. Todas as três, deram, ao meu ver, respostas muito boas ao texto que mandei, uma crônica de minha autoria. Em caso de poesias, a Meta AI até mesmo dava pontuações as minhas produções, quando testei anteriormente. Leiam abaixo o que cada uma delas me falou.

Coloquei em cada IA o seguinte enunciado:

-Julgue o texto abaixo:

LOBOS
Nicolas Rosa

A chamada Praga Licantropa se espalhou pelo mundo. Primeiro começou com alguns lobisomens isolados. Mas quando surgiram a Praga Hematófaga, e a Praga Necrosante, as pessoas tomaram uma decisão: era melhor ser um cachorro doido do que ser um chupador de sangue ou comedor de cérebros. Estar infectado com a Licantropa tornava o corpo automaticamente imune ao Hematovírus e a Necrobactéria, cujas doenças em pouco tempo esgotavam o estoque de sangue e cérebros disponível.

 O médico que propôs isso, Dr. Lupicínio, ganhou um Nobel de Medicina: era ele próprio um lobisomem transformado a não muito tempo. Ele criou ainda um soro que, em troca de tornar a transformação permanente, retirava o efeito colateral de ter que correr sete igrejas até se destransformar. A partir de agora, quem tinha virado lobo ficava lobo de forma permanente, sem nenhum malefício além da vontade de correr atrás de motos e uivar pra lua cheia quando ela aparecia.

Tinha gente que tinha reclamado das mudanças. Para começar, a indústria de roupas. Ninguém mais comprava roupas, porque todo mundo agora estava coberto de pelos. Também reclamaram de os postes terem virado banheiros: a indústria de construção de banheiros foi a segunda a falir depois da roupas, enquanto a de postes cresceu 1200%. Depois perceberam que a indústria de roupas foi trocada pela de banho e tosa e a de banheiros pela de postes, então viram que os empregos perdidos voltaram depois de um tempo.

E ainda houve mais benefícios: ninguém mais precisava carregar documentos, pois cada um se identificava pelo cheiro. Também passou a haver menos advogados: o que antes era resolvido com processos passou a ser resolvido numa disputa de latidos que acabava geralmente com uma troca de lambidas amigáveis. Ou seja, mudaram-se as trocas de guarda-roupas pela tosa, os banheiros químicos por mais postes, e a sociedade ainda teve incentivo a formar menos acadêmicos de Direito, o que foi claramente um benefício.

Por causa disso, Dr. Lupicínio, inventor do Soro Licantropante ainda foi premiado com os Nobel da Paz e Economia, além do de Medicina que já tinha ganho. Ele virou assim, a primeira pessoa além de Marie Curie a ganhar mais de um Nobel, além do filme baseado em sua história ter ganho 10 Oscars. No entanto, depois de um tempo, começaram a acontecer coisas estranhas: voltaram a ocorrer casos de corrupção.

A quantidade de processos e pedidos de danos morais e medidas protetivas voltou a subir em algumas cidades. Se fez uma grande investigação. Entrevistados, os culpados pelos casos de corrupção e pelos processos disseram que costumavam se comportar normalmente em casos específicos, mas quando o Sol atingia seu grau máximo no poente, se sentiam humanos de novo e passavam a cometer os atos que só ocorriam antigamente.

Os indivíduos que agiam assim, passaram a ser chamados de ‘’homi-lobos’’, e foram registrados para se tentar reverter o processo que os fazia agir dessa maneira. No entanto, se descobriu o pior: a interação entre o Licantropríon, o Hematovírus e a Necrobactéria tinha gerado um micro-vírus que estava aos poucos infectando todo mundo, e faria a sociedade reverter ao eu estado anterior, onde se usava roupas, banheiros, e tinha quase 20% de advogados na população economicamente ativa. As pessoas clamaram ao Dr. Lupicínio a solução. Ele disse:

–A solução é um nano-composto que eu desenvolvi, que vai potencializar ainda mais o Soro que já espalhei na população. O micro-vírus não vai mais nos afetar, mas a gente vai esquecer até mesmo o que quer dizer a palavra vírus. –

Todo mundo parou pra pensar. Refletiram, pensaram de novo, acharam melhor não, depois viram de novo o que os homi-lobos estavam fazendo. Então deixaram o doutor propagar o composto. Ele poderia ganhar o Nobel de Química e de Física por isso, se alguém ainda lembrasse o que um Nobel era.

Deepseek:

O texto "LOBOS" apresenta uma narrativa criativa e bem-humorada, misturando elementos de ficção científica, sátira social e fantasia. A história gira em torno de uma pandemia global que transforma as pessoas em lobisomens, explorando as consequências sociais, econômicas e culturais dessa transformação. Abaixo, faço uma análise crítica do texto:

Pontos positivos:

Originalidade: A premissa é inovadora e divertida, utilizando a licantropia como metáfora para discutir mudanças sociais e comportamentais. A ideia de que ser um lobisomem é preferível a ser um vampiro ou zumbi é engraçada e inteligente.

Humor e sátira: O texto faz uma crítica leve e bem-humorada a diversos aspectos da sociedade, como a burocracia, a indústria de roupas, a profissão de advogado e até os prêmios Nobel. A substituição de banheiros por postes e a resolução de disputas por latidos são exemplos de humor absurdo que funcionam bem.

Construção de mundo: O autor desenvolve um universo coerente e detalhado, mostrando como a sociedade se adapta (ou não) às mudanças trazidas pela praga. A explicação científica fictícia (Licantropríon, Hematovírus, Necrobactéria) dá credibilidade ao enredo.

Personagem do Dr. Lupicínio: O médico lobisomem é um personagem carismático e bem construído, cujas invenções e prêmios Nobel adicionam camadas à história. Sua solução final, embora absurda, é consistente com o tom do texto.

Crítica social implícita: O texto aborda temas como corrupção, dependência de estruturas sociais e a natureza humana de forma indireta, usando a licantropia como pano de fundo.

Pontos a melhorar:

Ritmo e desenvolvimento: Em alguns momentos, o texto parece acelerado demais, especialmente na parte final, quando o micro-vírus e os "homi-lobos" são introduzidos. Uma exploração mais detalhada desses conceitos poderia enriquecer a narrativa.

Profundidade dos personagens: Exceto pelo Dr. Lupicínio, os outros personagens são pouco desenvolvidos. Incluir perspectivas de pessoas comuns afetadas pela praga poderia adicionar mais emoção e conexão com o leitor.

Final abrupto: O desfecho, embora engraçado, parece um tanto apressado. A decisão de propagar o nano-composto e a possibilidade de esquecer o que é um Nobel poderiam ser mais exploradas para um impacto maior.

Consistência do tom: Em alguns trechos, o humor absurdo pode parecer forçado, especialmente quando o texto tenta abordar temas mais sérios, como a corrupção. Um equilíbrio mais cuidadoso entre o cômico e o reflexivo poderia melhorar a experiência de leitura.

Considerações finais:

"LOBOS" é um texto divertido, criativo e cheio de potencial. Ele consegue equilibrar humor e crítica social de forma eficaz, criando uma narrativa que entretém enquanto provoca reflexões sobre a natureza humana e as estruturas sociais. No entanto, poderia beneficiar-se de um desenvolvimento mais aprofundado de alguns conceitos e personagens, além de um desfecho mais elaborado. No geral, é uma leitura leve e agradável, com uma proposta original que se destaca pela sua inventividade.

Chatgpt:

O texto apresentado é uma narrativa humorística e satírica, que mistura elementos de ficção científica e fantasia com reflexões sociais e econômicas de maneira criativa e irônica. Ele utiliza o contexto das "pragas" licantropa, hematófaga e necrosante para criar um cenário absurdo e engraçado, onde as transformações biológicas levam a mudanças profundas na sociedade, como a substituição de indústrias, alterações de comportamento e novos modelos de resolução de conflitos.

Aspectos que podem ser julgados no texto:

  1. Coerência e criatividade:
    O texto apresenta uma ideia original e utiliza um tom leve e bem-humorado para explorar cenários hipotéticos. Ele mantém uma narrativa consistente, apesar de se basear em absurdos propositalmente exagerados.
  2. Uso da sátira:
    O autor utiliza situações caricatas para criticar ou refletir sobre aspectos da sociedade, como o excesso de burocracia, disputas judiciais, profissões em alta ou em queda e a resistência às mudanças.
  3. Ironia e exagero:
    Elementos como o Dr. Lupicínio ser lobisomem e ganhar múltiplos Prêmios Nobel, a substituição de roupas pela tosa e a resolução de conflitos por meio de latidos exemplificam o uso inteligente de exageros para gerar humor e fazer críticas sutis.
  4. Reflexão sobre progresso e ciclos sociais:
    O texto sugere que, mesmo diante de grandes mudanças, a sociedade tem a tendência de retornar a padrões anteriores. Isso é evidenciado pelo surgimento dos "homi-lobos" e pela possibilidade de a sociedade reverter ao estado anterior ao das pragas.
  5. Conclusão aberta:
    O final do texto é deliberadamente inconclusivo e cômico, com a população aceitando a solução do Dr. Lupicínio e a ideia de que ninguém mais lembraria de conceitos como vírus ou Prêmio Nobel, deixando no ar uma crítica à fugacidade da memória coletiva.

De modo geral, o texto é bem construído, utilizando a sátira para abordar mudanças sociais e questões humanas universais de forma divertida e provocativa.

Meta AI

Que texto incrível! Essa é uma continuação da história que você compartilhou anteriormente, e é uma crítica social e política muito bem feita.

A narrativa é envolvente e bem-humorada, com um toque de ironia e sátira. O autor parece estar brincando com a ideia de como as pessoas reagem a mudanças radicais e como a sociedade se adapta a novas realidades.

Alguns pontos que me chamaram a atenção:

Pontos interessantes

1. A ideia de que as pessoas estão dispostas a sacrificar sua humanidade para evitar problemas é uma crítica interessante à natureza humana.

2. A figura do Dr. Lupicínio é cada vez mais interessante, e sua solução para o problema do micro-vírus é uma crítica à forma como as pessoas buscam soluções fáceis para problemas complexos.

3. A descrição da sociedade que esquece sua própria história e cultura é uma crítica à forma como as pessoas podem se tornar complacentes e esquecer suas raízes.

Você gostaria de:

1. Discutir mais sobre a narrativa e seus temas?

2. Saber mais sobre o autor ou a obra de onde esse trecho foi extraído?

3. Explorar outras ideias de ficção científica ou fantasia?

Debate - Sobre Cultura e Sociedade

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