sábado, 19 de abril de 2025

Entrevista- Grupo Escritores Coletivos

 

PR: Nicolas é um dos adms do grupo. Vou fazer perguntas que ele irá responder. Nicolas,  o que é plágio?

Nicolas: Plágio é o que chamam de copiar ideias de outros sem dar o devido crédito, se apresentando como se seu inventor fosse.

PR: É muito comum isso acontecer no mundo literário?

N: Eu sinceramente não sei. Não acompanho a cena o suficiente para saber o quanto ocorre.

PR: Muitas vezes o escritor tem uma ideia de que é de uma obra e ele pode parafrasear como também usar as próprias palavras do autor próprio.

Nicolas: Isso é inspiração, algo que pode ser diferente.

PR: Exato, entra em um processo de intertextualidade.

Nicolas: Em textos acadêmicos, é possível consultar os repositórios públicos e privados para saber se não está reinventando a roda.

PR: Muito interessante isso. A falta de consulta pode ser prejudicial para o escritor.

Nicolas: Meu livro em processo de lançamento se inspira ao mesmo tempo na Epopeia de Gilgamesh, Enders Game, Círculo de Fogo e Tropas Estelares, além de Robocop e Capitão América. Eu tirei variados elementos de cada obra, sabendo colocar meu diferencial para que não ficasse simplesmente uma colagem.

PR: Como eu digo para meus alunos: NÃO EXISTE TEXTO PURO. Eu sempre aconselho o uso do parafraseamento para evitar tal situação. Isso se chama parafrasear ou recursos estilísticos também.

Nicolas: Sim.

PR: Você acredita que a leitura foi o caminho para o uso dessas obras?

Nicolas: São obras com as quais eu cresci, especialmente Círculo de Fogo e Tropas Estelares.

PR: O que mais te chamou a atenção nessas obras?

Nicolas: São obras que versam sobre a construção do herói e do inimigo, especificamente.

PR: É interessante abordagem desse assunto, porque não existe um bom herói sem um excelente vilão. O primeiro passo de um grande escritor é a construção do protagonista e do antagonista. São caminhos que levam  para a Índia .Dessas obras que você mencionou, quais você se inspirou para produzir o ambiente da sua futura obra?

Nicolas: As inspirações foram variadas.

PR: Você é mais um cenário futurístico ou um cenário após apocalíptico?

Nicolas: O cenário desta era futurístico, um futuro meio falho, tomado por burocracia e desconfianças ideológicas. Eu usei como inspiração o livro de Oliveira Viana, o Ocaso do Império, que falava do Brasil pouco depois da Guerra do Paraguai até a deposição do Imperador.

PR: É um cenário que vai render assunto e muito escrita.

Nicolas: Já está escrito, estou revisando com meus editores.

PR: Interessante.

PR: Como você faz para descobrir se você não está sendo plagiado?

Nicolas: Eu não ligo muito. Registrei a obra previamente.

PR: Você aconselha algum site de confiança para fazer o registro?

Nicolas: Biblioteca Nacional. Através do Gov.BR. 40 reais cada registro de obras. Para economizar, você pode registrar várias obras menores numa antologia ou compêndio

PR: Interessante essas informações. Eu acredito que vai ajudar muito os escritores que estão começando. Eu tenho uma obra lançada voltada para a área teórica da leitura. Eu estou fazendo meu segundo livro em uma história baseada totalmente no período bíblico. Eu quebrei muito a cabeça para lançar um livro e sofri vários perrengues na elaboração de uma antologia. São lições que a gente carrega e aprende com elas.

Nicolas: Eu gosto de evitar essas burocracias e me concentrar em escrever.

PR: Quando a gente é novo escritor a gente tem que ser tudo ao mesmo tempo.

PR: Nicolas, quanto tempo levou para sua obra ficar pronta? Tirando a burocracia...

Nicolas: 10 anos. 9 anos procrastinando e anunciando que ia começar, e um ano fazendo.

PR: Então é A OBRA.

Nicolas: Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

PR: No meu primeiro livro procrastinei por dois anos. O que é engraçado, é quando a obra começa a ser feita e o seu protagonista começa a fazer parte da sua vida também. Só de nome de protagonista eu já troquei umas três vezes.

Nicolas: Minha obra melhorou muito da ideia inicial até o fim. Antes era uma tentativa ruim de reproduzir 1984 no espaço. Depois que eu ganhei mais experiência virou algo mais fluido. Eu realmente consegui seguir Gilgamesh e Oliveira Viana no que estava fazendo

PR: Qual é o mais difícil, o protagonista, o antagonista ou um ambiente que eles vão ficar?

Nicolas: Minha obra tem tudo encaixado. Eu monto uma premissa filosófica e jogo os personagens para comprovarem parte de minha tese. A tese de meu livro é ‘’ O Brasil e o Estados Unidos podem sobreviver num mundo onde compensa cada vez menos ser bom?’’ Vale a pena ser trabalhista ou democrata num mundo cada vez mais fascistizado e autoritário? Meu livro tenta demonstrar que vale.

P: Você usa uma visão sociológica semelhante a do Anthony Giddens. É uma ideia que eu preciso experimentar.

P: Acredito que não. Um cenário que o povo prega uma utopia, mas parece mais um filme de terror. Jogos mortais...

Nicolas: Kkkkkkkkkkkkkkkkk

P: Só vai vencer quem é o mais forte. Vai exigir muito trabalho e solidificação de ideias e a persistência do protagonista.

P: No meio da crueldade, a paz parece resistir em qualquer cenário global.

Nicolas: Huuuum

P: Sempre tem um querendo propagar a paz.

Nicolas: Sim.

P: O que faz esse pingo no meio de outros pingos querer propagar a paz? Eu falo isso dentro de uma obra literária...Na sua  concepção o que o seu antagonista acredita? Meu protagonista é um cara que tem um coração bom mas acha exagero militâncias despropositadas.

P: Já começou bem, trabalhos bons pegam na ferida do ego do ser humano. O artista ele tem essa missão dentro de uma obra literária.

Nicolas: Os antagonistas principais são um general inescrupuloso que acha que tudo se resolve pela força, e uma comissária política que vive de jogo de aparências.

P: Legal abordar esse assunto entre força, ciência, razão.

Nicolas: Vou parar por aqui, pra fazer meu jantar, grande amigo.

P: Tudo bem. Muito obrigado pela sua participação. Ajudou muito o grupo. Eu acredito que essas ideias ajudarão os futuros leitores os leitores atuais a estarem refletindo e aprimorando ainda mais a sua arte de escrever.

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