PR: Nicolas é um dos adms do grupo. Vou fazer perguntas que
ele irá responder. Nicolas, o que é
plágio?
Nicolas: Plágio é o que chamam de copiar ideias de outros
sem dar o devido crédito, se apresentando como se seu inventor fosse.
PR: É muito comum isso acontecer no mundo literário?
N: Eu sinceramente não sei. Não acompanho a cena o
suficiente para saber o quanto ocorre.
PR: Muitas vezes o escritor tem uma ideia de que é de uma
obra e ele pode parafrasear como também usar as próprias palavras do autor
próprio.
Nicolas: Isso é inspiração, algo que pode ser diferente.
PR: Exato, entra em um processo de intertextualidade.
Nicolas: Em textos acadêmicos, é possível consultar os
repositórios públicos e privados para saber se não está reinventando a roda.
PR: Muito interessante isso. A falta de consulta pode ser
prejudicial para o escritor.
Nicolas: Meu livro em processo de lançamento se inspira ao
mesmo tempo na Epopeia de Gilgamesh, Enders Game, Círculo de Fogo e Tropas
Estelares, além de Robocop e Capitão América. Eu tirei variados elementos de
cada obra, sabendo colocar meu diferencial para que não ficasse simplesmente
uma colagem.
PR: Como eu digo para meus alunos: NÃO EXISTE TEXTO PURO. Eu
sempre aconselho o uso do parafraseamento para evitar tal situação. Isso se
chama parafrasear ou recursos estilísticos também.
Nicolas: Sim.
PR: Você acredita que a leitura foi o caminho para o uso
dessas obras?
Nicolas: São obras com as quais eu cresci, especialmente
Círculo de Fogo e Tropas Estelares.
PR: O que mais te chamou a atenção nessas obras?
Nicolas: São obras que versam sobre a construção do herói e
do inimigo, especificamente.
PR: É interessante abordagem desse assunto, porque não
existe um bom herói sem um excelente vilão. O primeiro passo de um grande
escritor é a construção do protagonista e do antagonista. São caminhos que
levam para a Índia .Dessas obras que
você mencionou, quais você se inspirou para produzir o ambiente da sua futura
obra?
Nicolas: As inspirações foram variadas.
PR: Você é mais um cenário futurístico ou um cenário após
apocalíptico?
Nicolas: O cenário desta era futurístico, um futuro meio
falho, tomado por burocracia e desconfianças ideológicas. Eu usei como
inspiração o livro de Oliveira Viana, o Ocaso do Império, que falava do Brasil
pouco depois da Guerra do Paraguai até a deposição do Imperador.
PR: É um cenário que vai render assunto e muito escrita.
Nicolas: Já está escrito, estou revisando com meus editores.
PR: Interessante.
PR: Como você faz para descobrir se você não está sendo plagiado?
Nicolas: Eu não ligo muito. Registrei a obra previamente.
PR: Você aconselha algum site de confiança para fazer o
registro?
Nicolas: Biblioteca Nacional. Através do Gov.BR. 40 reais
cada registro de obras. Para economizar, você pode registrar várias obras
menores numa antologia ou compêndio
PR: Interessante essas informações. Eu acredito que vai
ajudar muito os escritores que estão começando. Eu tenho uma obra lançada
voltada para a área teórica da leitura. Eu estou fazendo meu segundo livro em
uma história baseada totalmente no período bíblico. Eu quebrei muito a cabeça
para lançar um livro e sofri vários perrengues na elaboração de uma antologia.
São lições que a gente carrega e aprende com elas.
Nicolas: Eu gosto de evitar essas burocracias e me
concentrar em escrever.
PR: Quando a gente é novo escritor a gente tem que ser tudo
ao mesmo tempo.
PR: Nicolas, quanto tempo levou para sua obra ficar pronta?
Tirando a burocracia...
Nicolas: 10 anos. 9 anos procrastinando e anunciando que ia
começar, e um ano fazendo.
PR: Então é A OBRA.
Nicolas: Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
PR: No meu primeiro livro procrastinei por dois anos. O que
é engraçado, é quando a obra começa a ser feita e o seu protagonista começa a
fazer parte da sua vida também. Só de nome de protagonista eu já troquei umas
três vezes.
Nicolas: Minha obra melhorou muito da ideia inicial até o
fim. Antes era uma tentativa ruim de reproduzir 1984 no espaço. Depois que eu
ganhei mais experiência virou algo mais fluido. Eu realmente consegui seguir
Gilgamesh e Oliveira Viana no que estava fazendo
PR: Qual é o mais difícil, o protagonista, o antagonista ou
um ambiente que eles vão ficar?
Nicolas: Minha obra tem tudo encaixado. Eu monto uma
premissa filosófica e jogo os personagens para comprovarem parte de minha tese.
A tese de meu livro é ‘’ O Brasil e o Estados Unidos podem sobreviver num mundo
onde compensa cada vez menos ser bom?’’ Vale a pena ser trabalhista ou
democrata num mundo cada vez mais fascistizado e autoritário? Meu livro tenta
demonstrar que vale.
P: Você usa uma visão sociológica semelhante a do Anthony Giddens.
É uma ideia que eu preciso experimentar.
P: Acredito que não. Um cenário que o povo prega uma utopia,
mas parece mais um filme de terror. Jogos mortais...
Nicolas: Kkkkkkkkkkkkkkkkk
P: Só vai vencer quem é o mais forte. Vai exigir muito
trabalho e solidificação de ideias e a persistência do protagonista.
P: No meio da crueldade, a paz parece resistir em qualquer
cenário global.
Nicolas: Huuuum
P: Sempre tem um querendo propagar a paz.
Nicolas: Sim.
P: O que faz esse pingo no meio de outros pingos querer
propagar a paz? Eu falo isso dentro de uma obra literária...Na sua concepção o que o seu antagonista acredita? Meu
protagonista é um cara que tem um coração bom mas acha exagero militâncias
despropositadas.
P: Já começou bem, trabalhos bons pegam na ferida do ego do
ser humano. O artista ele tem essa missão dentro de uma obra literária.
Nicolas: Os antagonistas principais são um general
inescrupuloso que acha que tudo se resolve pela força, e uma comissária
política que vive de jogo de aparências.
P: Legal abordar esse assunto entre força, ciência, razão.
Nicolas: Vou parar por aqui, pra fazer meu jantar, grande
amigo.
P: Tudo bem. Muito obrigado pela sua participação. Ajudou
muito o grupo. Eu acredito que essas ideias ajudarão os futuros leitores os
leitores atuais a estarem refletindo e aprimorando ainda mais a sua arte de
escrever.
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