domingo, 20 de abril de 2025

Debate - Sobre Cultura e Sociedade

E: Os professores já estão agendando reuniões pra entrar de greve em 2026

F:Quem diria, a classe que mais ama o PT e suas políticas, o Brasil está estranho

E: eu acho que se o PT for as eleições como sei que vai, alguma coisa eles tem em planos, vamos aguardar

P: Nos fazemos greves quando há necessidade, greve não é brincadeira....Amar não é bem a palavra, o PT pelo menos nos deixa fazer greve neh, a Direita proíbe.

N: Quando eu critiquei Gil e Caetano por terem vida fácil enquanto os outros artistas sofrem, quase fui crucificado num grupo.

P: Quando fechou?

F:Me diz, Bolsonaro atrapalhou a vida de vcs?

N: Sim.

F:Quem concorda com benesses para artistas já milionários não é normal

N: Eu não concordo. Faz falta pra mim. Eu tenho de pagar de meu bolso cada livro que participo.

 P:Uma portaria que autoriza corte salário  de professores se fizer greve é o que ? Ajuda?

 F:Quais ações que dependeram diretamente do gov federal interferiu negativamente em vcs?

N: Vacinas, contenção ao COVID, minha casa própria.

 F:Eu acho absurdo artistas milionários recebendo incentivos Vcs fazem ideia do patrimônio dos artistas do alto escalão da Globo ? Chutem

 P:E quando foi? A greve só existe porque o governo não quer respeitar os direitos de uma classe e não aceita negociar.

F:Não tiveram ações do governo em atrapalhar isso não. Falas é uma coisa. Ações ou medidas são outras

P:As universidades federais quase fecharam com ele. E as 700 mil vidas, cuja 400 mil poderiam ser evitadas?

N: Inação, negligência, obstrução, incompetência.

F:Ações ou falas? Mas o ministério da saúde não teve autonomia?

F:Tudo, tudo é levado pra lado político

 N: O problema pra mim é que eu acho menos pior Margareth Menezes que Mario Frias. Margareth favorece Gil e Caetano, mas distribui o dinheiro com mais gente. Mario Frias foi colocado lá pra terminar de destruir o ministério

 F:Mas tu acha legal artistas milionários que inclusive levam dinheiro para os EUA justo?

 N: Eu sou da cultura. Ver Mario Frias, Sérgio Camargo e Damares acabando com a cultura me machucava pessoalmente. Perseguindo os funcionários, fechando projetos, impondo amarras ideológicas

P:Mas pros militares as verbas bombaram, contraditório, não?

 F:Amarras ideológicas? Não foi pq existia uma imposição de um viés e eles quiseram de outro?

F:Sim. Seria bem contraditório.

Aí temos que ver de fato os números para confrontar

N: Prós baba ovos do governo sim.

F:Vc confrontou os números oficiais?

N: Foi registrado em casos de corrupção investigados.

 P:Números oficiais? Aqueles das listas  dos 15 milhões em leite condensando entre outras coisas, realmente não bate.

 F:Chegaram a ter julgamento e condenação?

N: Já existiam casos de corrupção envolvendo o POUPEX, e sob Bolsonaro cresceram vertiginosamente.

 F:Não cheguei a ver esses

 F:Entendi, eu lembro desse caso e do Viagra tbm. Eles explicaram né, mas, tem que ver se teve investigação e julgamento

 F:Pq acusações sempre fazem uns contra os outros

N: A questão pra mim é que Gil e Caetano são concorrentes. Damares e Mario Frias inimigos. Eu não vou abraçar o inimigo pra derrotar o concorrente.

 F:Gente, se não tivesse pandemia eu até entenderia a revolta

F:Não faz sentido apoiar artistas multimilionários.

 P:Depende, apoiar em que ?

 F:Eu digo no sentido de abrirmos a mente e enxergarmos além das notícias. Com incentivos e verbas. Além do mais eles levam recursos para o exterior. E compram casas de milhões nos EUA, não acho coerente. Não sou massa de manobra para apoiar esses absurdos

 N: Do que adianta eu atacar Gil e Caetano enquanto Gustavo Lima e Descer pra BC também me atrapalham? Ainda pega mal pra mim atacar "veteranos da luta pelas Diretas". Coisa que Gustavo Lima e Descer pra BC não fizeram.

 P:Mas no governo Bolsonaro teve pagamento milionários a shows de cantores sertanejos, não era nem captação de verbas, pix direto mesmo.

 F:Os jovens de comunidade precisam desse apoio. Todos estão errados de receber incentivos sem controle

 P:Os cantores sertanejos deviam bilhões de impostos no governo do capitão, isso não é apoio a artistas milionários?

F:Deveria o MP ter acionado esses casos, não temos justiça pra quê? É sim. Estão erradíssimos

P:Os impostos sonegados, ficou por isso mesmo.

 F:Mas colega, Globo tbm teve perdão, pelo STF

 F:Infelizmente colegas, se ficarmos apenas no debate político, continuamos todos sendo massa de manobra

 F:Devemos olhar mais global

 F:Mais por cima do debate enviesado

 P:Vi um projeto da Claudia Raia sendo criticado, captação de 5 milhões, sinceramente não achei errado, o projeto dela era, aulas de teatros pra alunos de cursos públicos. Sempre que vejo, "Fulano captou 5 milhões ", é bom perguntar pra que.

 P:Uai, mas se vamos criticar apoio artistas, vamos criticar todos neh

 F: Tu acha que ela não ficará com um bom montante desse dinheiro? Tu acha que como ela vai se manter no Leblon? Eu sou do Rio, atuo em área ligada ao mercado de alto padrão de imóveis. Tu tem ideia de como são os imóveis no Leblon? Cadê a justiça social? Vamos levar a sério?

P: Cara, com o tanto de novela que essa mulher fez, 5 milhões é dinheiro de balas, casada com um diretor, se atualiza moço.

 F: Eu não concordo em sustentar milionários com dinheiro público. Eles são multimilionários e enviam recursos para os EUA. Sério então que vc pensa assim? Passa tanto pano dessa forma? rsss

 P:Acredite cara, ninguém precisa sustentar Claudia Raia não.

 F:Sério?

 F:Acho que vc não está dentro da realidade do estilo de vida dessa galera não colega

 P:Não estou passando pano, mas prefiro milhões pra aulas pra futuros atores do que 2 horas de "eu vou pegar você e tchan".

 F:Acho que vc não sabe nem o valor do metro quadrado no Leblon rssss Que futuro atores? Eu quero projetos culturais para pessoas que de fato precisam. Ou eles não merecem prioridade? Se vc tivesse que priorizar, dados recursos escassos? Cara, você tem ideia do cachê de uma mulher dessa? Ou vc acha que temos recursos infinitos?? E alunos de teatro de cursos públicos não precisam?

 P:Pra Cláudia Raia é pouco sim.

 F:Cursos públicos sim, são merecedores, mas vc não acha que existe outras centenas de projetos? Pq dela? E vai procurar transparência nessa motivação aí ....Mas enfim.... Se vcs não se incomodam em enriquecer quem já é multimilionários rs

 P:Conheci atores de teatros de uma cidade que vivi, esses atores não sabem se vão comer, nem todos vão pra Globo.

 F:Aí por ser pouco, vc acha legal? E eles não deveriam ser prioridades colega?

 P:Bem, se eu fosse um futuro ator iria gostar de umas aulas com ela, Glória Pires, Fernanda Torres, eles são mestres neh...Mas o projeto que citei era pra cursos pra ele criatura

 F:Claro, mas existem escolas de teatro e bons atores pelo Brasil, estas não conseguiriam ter um público tão grande assim....5 milhões colega. Acho que as pessoas têm dificuldades de fazer conta.....

 P:Sim, cara 5 milhões. 5 horas de show do Gustavo Lima.

 F:Tá bom, se vãs não se incomodam rs, que sou eu? Mas eu me incomodo de o dinheiro do povo ser direcionado pra essa finalidade. Não é democrático. Simples. E eles tiram seu cache desse valor... Mas.. segue o baile....Vc sabe que boa parte desses valores são prefeituras e patrocinadores né? E estão errados tbm...Eu não concordo em pagar 700 mil pra um show na praia não... É o famoso pão e circo

 P:A Cláudia iria cobrar aulas pra várias cursos, dezenas de futuros atores e ganhar o que Gustavo Lima ganha em 5 horas.

 F:Ela ia ganhar menos que ele... No caso de um show desses artistas, são vários profissionais envolvidos, dezenas.... Enfim, não concordo.

 P:Você se incomodou quando soube que uma prefeitura pobre iria pagar um show de 1 milhão pro embaixador?

F:Óbvio! Acho absurdo! Eu sou imparcial

 P:Você já procurou saber quanto sua prefeitura paga em shows de cantores sertanejos nas festas da cidade?

 F:Já sim, nunca passei pano... Zeca Pagodinho aqui no Rio ganha 700 pro show.... Claro que ele paga o staff, mas mesmo assim. Tudo na vida é questão de prioridade. Não tem recursos infinitos... Vai faltar para setores

 P:Ah claro, e Cláudia não tem equipe, não tem figurino, figuração, tudo de graça.

F:Tem também...Como falei, todos estão errados e verba deveriam ir para projetos mais comunitários...Recursos não são infinitos. E me parece que muitos não tem essa percepção lógica. E quem vai pagar a conta depois? O próprio cidadão através de impostos.....Mas parece que muitos não enxergam o óbvio

 P:Não achei o dela errado, o projeto dela tava dentro da lei, nosso cinema precisa se qualificar mais, nossos atores. Nossos atores atuais, até da Globo, estão com encenação pobríssima

 F:Arte de resume a globo? A arte e cultura se resume a isso? Sinto falta de projetos onde principalmente as crianças mais carentes tenham acesso a arte diferente ...Música clássica, pintura, escultura, entende? Até pq, novelas e Globo já não fazem mais parte das novas gerações. Vamos renovar pessoal. Evoluir

 P:Mas se entra MPB os bolsonaristas criticam

 P:O povo prefere pagar um show de Gustavo Lima a um do Caetano.

P:E ainda se dizem conservadores com aquelas músicas nojentas.

F:Pq Gustavo Lima não se envolvia em críticas a Lula. Já os outros se posicionam, e são hipócritas

 F:Faz sentido?

 P:Tá bem melhor

N: Man...É que honestamente...A crítica a elite liberal.... Esbarra na mesma coisa que lhe falei...Querer me botar pra brigar com meu concorrente pra favorecer meu inimigo...Eu não gosto da elite liberal, ou da elite acadêmico-sindical que domina nossa esquerda...Mas eles são mais meus concorrentes do que meus inimigo...Eu não tenho o que ganhar brigando com o cara de boina de Che Guevara para fortalecer o cara com o boné vermelho do Trump.

F:Che Guevara só desgraça né

N: O cara do Che Guevara apoia wokismos que eu acho uma piada, o do Trump coisas que podem realmente me ferrar. Então eu simplesmente não ataco um para favorecer o outro.

F:Pq Trump pode te ferrar?

N: Porque ele é a favor do Brasil pobre e subordinado. Trump, Bukele, Bolsonaro são só retrocesso.

F: Bukele é tragédia?  Mas Cuba não viveu uma ditadura interna com a revolução de Che? Gente, erros vão existir, certo? Tentar promover uma sociedade mais segura é tragédia? Do jeito que está, vcs acham que está bom?

P: Erros?  Me  pareceu coisa de ditador.

N: Man, por pior que a situação fosse, ele transformou o país num campo de concentração.

F:Mas Cuba insistiu em se afastar dos EUA, se o Brasil tivesse feito o mesmo, vc acharia legal morar um país como Cuba?

N: Eu não. Eu pessoalmente acho Cuba uma piada. Mas dá pra fazer nosso caminho aos poucos. Sem radicalismos de esquerda ou direita. Frequentar direitinho as reuniões do G20 e do BRICS. Fazer o dever de casa. Em pouco tempo a gente vira um país respeitável.

sábado, 19 de abril de 2025

Entrevista- Grupo Escritores Coletivos

 

PR: Nicolas é um dos adms do grupo. Vou fazer perguntas que ele irá responder. Nicolas,  o que é plágio?

Nicolas: Plágio é o que chamam de copiar ideias de outros sem dar o devido crédito, se apresentando como se seu inventor fosse.

PR: É muito comum isso acontecer no mundo literário?

N: Eu sinceramente não sei. Não acompanho a cena o suficiente para saber o quanto ocorre.

PR: Muitas vezes o escritor tem uma ideia de que é de uma obra e ele pode parafrasear como também usar as próprias palavras do autor próprio.

Nicolas: Isso é inspiração, algo que pode ser diferente.

PR: Exato, entra em um processo de intertextualidade.

Nicolas: Em textos acadêmicos, é possível consultar os repositórios públicos e privados para saber se não está reinventando a roda.

PR: Muito interessante isso. A falta de consulta pode ser prejudicial para o escritor.

Nicolas: Meu livro em processo de lançamento se inspira ao mesmo tempo na Epopeia de Gilgamesh, Enders Game, Círculo de Fogo e Tropas Estelares, além de Robocop e Capitão América. Eu tirei variados elementos de cada obra, sabendo colocar meu diferencial para que não ficasse simplesmente uma colagem.

PR: Como eu digo para meus alunos: NÃO EXISTE TEXTO PURO. Eu sempre aconselho o uso do parafraseamento para evitar tal situação. Isso se chama parafrasear ou recursos estilísticos também.

Nicolas: Sim.

PR: Você acredita que a leitura foi o caminho para o uso dessas obras?

Nicolas: São obras com as quais eu cresci, especialmente Círculo de Fogo e Tropas Estelares.

PR: O que mais te chamou a atenção nessas obras?

Nicolas: São obras que versam sobre a construção do herói e do inimigo, especificamente.

PR: É interessante abordagem desse assunto, porque não existe um bom herói sem um excelente vilão. O primeiro passo de um grande escritor é a construção do protagonista e do antagonista. São caminhos que levam  para a Índia .Dessas obras que você mencionou, quais você se inspirou para produzir o ambiente da sua futura obra?

Nicolas: As inspirações foram variadas.

PR: Você é mais um cenário futurístico ou um cenário após apocalíptico?

Nicolas: O cenário desta era futurístico, um futuro meio falho, tomado por burocracia e desconfianças ideológicas. Eu usei como inspiração o livro de Oliveira Viana, o Ocaso do Império, que falava do Brasil pouco depois da Guerra do Paraguai até a deposição do Imperador.

PR: É um cenário que vai render assunto e muito escrita.

Nicolas: Já está escrito, estou revisando com meus editores.

PR: Interessante.

PR: Como você faz para descobrir se você não está sendo plagiado?

Nicolas: Eu não ligo muito. Registrei a obra previamente.

PR: Você aconselha algum site de confiança para fazer o registro?

Nicolas: Biblioteca Nacional. Através do Gov.BR. 40 reais cada registro de obras. Para economizar, você pode registrar várias obras menores numa antologia ou compêndio

PR: Interessante essas informações. Eu acredito que vai ajudar muito os escritores que estão começando. Eu tenho uma obra lançada voltada para a área teórica da leitura. Eu estou fazendo meu segundo livro em uma história baseada totalmente no período bíblico. Eu quebrei muito a cabeça para lançar um livro e sofri vários perrengues na elaboração de uma antologia. São lições que a gente carrega e aprende com elas.

Nicolas: Eu gosto de evitar essas burocracias e me concentrar em escrever.

PR: Quando a gente é novo escritor a gente tem que ser tudo ao mesmo tempo.

PR: Nicolas, quanto tempo levou para sua obra ficar pronta? Tirando a burocracia...

Nicolas: 10 anos. 9 anos procrastinando e anunciando que ia começar, e um ano fazendo.

PR: Então é A OBRA.

Nicolas: Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

PR: No meu primeiro livro procrastinei por dois anos. O que é engraçado, é quando a obra começa a ser feita e o seu protagonista começa a fazer parte da sua vida também. Só de nome de protagonista eu já troquei umas três vezes.

Nicolas: Minha obra melhorou muito da ideia inicial até o fim. Antes era uma tentativa ruim de reproduzir 1984 no espaço. Depois que eu ganhei mais experiência virou algo mais fluido. Eu realmente consegui seguir Gilgamesh e Oliveira Viana no que estava fazendo

PR: Qual é o mais difícil, o protagonista, o antagonista ou um ambiente que eles vão ficar?

Nicolas: Minha obra tem tudo encaixado. Eu monto uma premissa filosófica e jogo os personagens para comprovarem parte de minha tese. A tese de meu livro é ‘’ O Brasil e o Estados Unidos podem sobreviver num mundo onde compensa cada vez menos ser bom?’’ Vale a pena ser trabalhista ou democrata num mundo cada vez mais fascistizado e autoritário? Meu livro tenta demonstrar que vale.

P: Você usa uma visão sociológica semelhante a do Anthony Giddens. É uma ideia que eu preciso experimentar.

P: Acredito que não. Um cenário que o povo prega uma utopia, mas parece mais um filme de terror. Jogos mortais...

Nicolas: Kkkkkkkkkkkkkkkkk

P: Só vai vencer quem é o mais forte. Vai exigir muito trabalho e solidificação de ideias e a persistência do protagonista.

P: No meio da crueldade, a paz parece resistir em qualquer cenário global.

Nicolas: Huuuum

P: Sempre tem um querendo propagar a paz.

Nicolas: Sim.

P: O que faz esse pingo no meio de outros pingos querer propagar a paz? Eu falo isso dentro de uma obra literária...Na sua  concepção o que o seu antagonista acredita? Meu protagonista é um cara que tem um coração bom mas acha exagero militâncias despropositadas.

P: Já começou bem, trabalhos bons pegam na ferida do ego do ser humano. O artista ele tem essa missão dentro de uma obra literária.

Nicolas: Os antagonistas principais são um general inescrupuloso que acha que tudo se resolve pela força, e uma comissária política que vive de jogo de aparências.

P: Legal abordar esse assunto entre força, ciência, razão.

Nicolas: Vou parar por aqui, pra fazer meu jantar, grande amigo.

P: Tudo bem. Muito obrigado pela sua participação. Ajudou muito o grupo. Eu acredito que essas ideias ajudarão os futuros leitores os leitores atuais a estarem refletindo e aprimorando ainda mais a sua arte de escrever.

terça-feira, 8 de abril de 2025

Cidadão imperfeito- Nicolas Rosa


Não sinto ódio por Israel, 

Não tenho raiva da IA, 

Não sinto nojo de JK Rowling

Nem torço contra Elon Musk. 

Não idolatro cantores de MPB, 

Nem acadêmicos que cagam regra.

Meu progressismo consiste, 

Em quando muito, 

Votar em mais candidatos 

De centro-esquerda, 

Do que de centro e centro-direita,

Quando vou a cada quatro anos

Nas urnas. 

Me desculpem. 

Estou ocupado demais com planilhas. 

Estou ocupado demais com o Imposto de Renda.

Financiamento. 

Consignados. 

Quando eu era mais jovem, 

Via gente nos fóruns, 

Debatendo por horas seguidas, 

Se Trotsky ou Stálin

seria o melhor líder para a URSS.

Stálin matou milhões. 

Trotsky, quando pôde, 

Matou dezenas de milhares.

Uma picareta na cabeça,

o impediu de ter o próprio GULAG.

E hoje nem tem URSS mais.

Mas continua a ter Imposto de Renda. 

Enquanto eu pago mais um carnê,

Novos jovens vão debater Stálin vs. Trotski.

Debaterão eternamente. 

Odiarão Israel enquanto apoiam Maduro. 

Odiarão Musk usando o Twitter.

Odiarão JK Rowling amando Harry Potter.

Odiarão a IA sendo viciados em redes sociais.

E então, quando tiverem que pagar 

Imposto de Renda, 

IPTU, 

IPVA,

ICMS,

Vão odiar a própria vida.

Mas isso não é problema de ninguém.

Nada é problema de ninguém. 

Quando a gente percebe isso,

É que não odeia mais.

Resenha: O Império do Ouro Vermelho

Este livro, do jornalista francês Jean Baptiste Mallet, acompanha a moderna indústria do tomate, centrada em três países: Estados Unidos, It...