L: Gente, uma senhora, amiga de minha esposa, me presenteou com esse livro. Acho que ela quer me doutrinar. Alguém aí já leu?
D: Isso só pode acontecer em um país que ainda respira um pouco de democracia, se fosse um país com a ditadura explícita, jamais um livro desses seria publicado.
N: É uma questão espinhosa. A esquerda tenta construir uma narrativa fajuta em torno do cangaço e de Canudos, como se Lampião e outros cangaceiros fossem precursores de Che Guevara, e Canudos uma espécie de comuna socialista libertária.
L: Entendo a complexidade. Mas confesso que tenho um preconceito com esse cidadão: o fato de ter no currículo ''Os Pingos nos is'' e Olavo de Carvalho na lista de referências turva meu julgamento. Vou tentar ler, não sei quando. Depois comento por aqui.
N: Tipo man... vou te confessar: é literatura merda no estilo de Pondé. ''Guia babacamente incorreto de apontar dedo na cara da esquerda e dizer mitei'' O cara desmitifica Lampião, Conselheiro, Zumbi, Caramuru, etc... mas nunca vai deixar tocarem no Borba Gato e no Carlos Lacerda. É o tipo de critiquinha bem hipócrita e escrota, feita pra sulista se achar mais civilizado. Eu acho Lampião um m*rda, mas entendo isso como nordestino que não precisa dele tendo figuras melhores. Agora um sulista vir dizer isso eu mando logo se f%d#r.
L: O que acho temeroso é quando sentenciam, quando querem explicar uma situação complexa com simplificações.
N: A gente teve figuras como Jesuíno Brilhante, Cipriano Barata, Luiz Gama, entre outros, que ainda assim os sulistas iam falar mal se a gente exaltasse. Aí atacam Lampião porque sabem que nosso orgulho é ligado a ele. O problema pra eles não é o que Lampião fez, é a gente ser feliz com alguma coisa. Não dou atenção pra esses vermes. Se puder, pegue o livro e deixe de comprar papel higiênico por um tempo, se é que você me entende. Esse tipo de material só presta pra isso.
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