Contextualização: O discurso de ódio e a violência contra determinadas populações nunca ficaram tão em evidência como nos últimos anos. Em 2018, divergências políticas escancararam diversos episódios, ocasionando em média 33 ocorrências de crimes de ódio por dia, segundo o Mapa do Ódio realizado pela Words Heal the World. Pregando valores na contramão da chamada “epidemia do ódio”, a instituição a qual pertencemos tem um papel claro como agente de transformação social e potencial formador de opinião.
O grande líder Nelson Mandela tinha o seguinte pensamento: ‘’Ninguém nasce odiando outra pessoa por causa de sua cor de pele, religião ou origem. As pessoas são ensinadas a odiar. E se elas podem ser ensinadas a odiar, podem, ao invés disso, serem ensinadas a amar.’’ Essa frase do Mandela deixa bem claro que o ódio não é natural do ser humano, mas é algo ensinado culturalmente a ele por grupos de poder, que buscam vantagens políticas e econômicas sobre os grupos que são discriminados e marginalizados.
Hoje em dia, apesar das pessoas estarem cada vez mais conectadas através do mundo virtual, as sociedades estão cada vez mais divididas por variadas questões: divergências políticas, religiosas, étnicas, entre outras. Além disso, apesar das minorias sociais terem conquistado cada vez mais direitos através de suas lutas, parece que esse fato gera reações cada vez mais violentas por parte daqueles que são contra a efetivação de tais direitos.
As eleições de 2018, no Brasil, levaram a um recrudescimento dos crimes de ódio, e o caso mais emblemático disso foi o assassinato do capoeirista Mestre Moa do Katendê, após um acalorado debate sobre política nm bar de Salvador. A disputa entre o dito campo conservador e o autodenominado campo progressista, não só no Brasil como no resto dos países ocidentais, gerou um clima de guerra dentro da sociedade, aonde ambos os lados trocam agressões e ofensas crescentes.
Esse clima de guerra foi adicionado a uma realidade já preocupante, aonde problemas como o racismo, misoginia, capacitismo, homofobia e outras questões afetam as pessoas há décadas, quando não há séculos. Essa situação gera desesperança, pois faz acreditar que existem mais pessoas e grupos dedicadas a promover a raiva, o ressentimento e a tristeza, do que aquelas que desejam promover o bem.
O papel do rotaractiano, nesse contexto, é ajudar a fazer prevalecer justamente o contrário disso, é ajudar a fazer prevalecer justamente o contrário, demonstrando para aqueles que sofrem, que existe alguém que se importa com seu sofrimento. O discurso de ódio existe por uma razão: porque há aqueles que reagem a ele com o mesmo rancor e despeito com o qual ele é construído.
Essa forma de reagir é algo desejado pelo disseminador do ódio, porque permite a ele demonstrar a sus seguidores que ‘’O Inimigo’’ se sente incomodado pela causa que ele defende. Ao invés disso, o rotaractiano pode demonstrar aos ofendidos que existem formas mais produtivas de se reagir ao discurso de ódio, procurando a proteção da lei, e o apoio de outras pessoas que passam por situações semelhantes.
Em relação a quem propaga o discurso de ódio, é possível exortá-lo, de forma didática e respeitosa, de que aquilo que ele faz não é bom para sociedade e não tem espaço no mundo moderno. Se essa pessoa tiver boa vontade, irá buscar mudar seu modo de pensar e agir, progredindo como ser humano. Caso não o faça, estará condenando a si mesma a ficar cada vez mais isolada, tendendo a se tornar cada vez mais irrelevante a medida que a sociedade evolui.